Onda de problemas respiratórios gera desabastecimento nos estabelecimentos em Apucarana
A alta demanda provocada pelo aumento de casos de doenças respiratórias gerou um grave desabastecimento de medicamentos nas farmácias de Apucarana. Faltam antibióticos, antialérgicos e até anti-inflamatórios de uso comum. Muitos pacientes estão tendo que voltar aos médicos e solicitar novas receitas que incluam remédios disponíveis para venda.
O assunto preocupa o setor em Apucarana. A farmacêutica Poliana Cristina Chambó Ruiz Vialli da Silva, responsável por uma importante rede de farmácias da cidade, afirma que a situação é “tensa”. “Estamos sofrendo com o desabastecimento desde janeiro, quando houve uma onda até certo ponto inesperada de casos de Covid-19, e que continua agora, com o aumento de casos de doenças respiratórias, principalmente entre as crianças”, conta.
Ela cita alguns medicamentos em falta que são conhecidos até mesmo para pessoas sem formação ou conhecimento na área. É o caso da amoxicilina + clavulanato de potássio e do cefaclor, dois antibióticos receitados com muita frequência por pediatras para infecções do trato respiratório. O tradicional ibuprofeno, usado para redução da febre e alívio de dores, também é atingido pelo desabastecimento.
Outros medicamentos habitualmente usados em falta são os xaropes e expectorantes para tosse, além de pastilhas para dores de garganta. “Chegou a faltar dipirona em gotas há alguns dias”, comenta, citando um famoso analgésico. Mais um remédio difícil de encontrar nas farmácias é o maleato de dexclorfeniramina + betametasona, um anti-histamínico usado para crises alérgicas, além da azitromicina, um antibiótico comum nos receituários.
O farmacêutico Creolus Okener, de outra farmácia tradicional da cidade, confirma o problema. Em entrevista ao TNOnline, ele praticamente repetiu todos os antibióticos e antialérgicos citados pela colega. “A situação é preocupante e não temos informações dos laboratórios sobre quando irá se normalizar. É comum a gente mandar o paciente embora sem os medicamentos solicitados, porque os remédios prescritos nas receitas não estão disponíveis. Nesses casos, as pessoas precisam voltar ao médico para que ele indique outro remédio com efeito semelhante”, assinala.
A situação coloca em alerta também os médicos da rede particular e da rede pública, que confirmaram à reportagem que o problema preocupa, principalmente com a onda de casos de doenças respiratórias. Na semana passada, a Tribuna relatou um aumento de 229% nos atendimentos no Centro de Saúde Sonho de Criança, da Autarquia Municipal de Saúde (AMS).
Fonte: TNOnline