Alta do coronavírus em outras partes do mundo veio após flexibilizações das medidas de contenção da doença
As recentes flexibilizações das medidas de proteção contra a Covid-19 no Brasil trazem esperança à população, que passa a vislumbrar um possível fim da pandemia. No entanto, países da Europa e da Ásia já começaram a apresentar uma alta nos casos de Coronavírus. Recentemente, a China chegou a registrar cerca de 5 mil casos da doença em um dia. O país inclusive colocou cerca de 30 milhões em lockdown nesta semana.
Nas últimas dez semanas, a China registrou mais casos sintomáticos do que em todo o ano de 2021. Na Alemanha, o número de casos diários passou de 67 mil, em 6 de março, para 237 mil na última sexta-feira (11). Em países como Itália, Grécia e Suiça, os casos da doença também têm crescido nas últimas semanas.
De acordo com o infectologista e professor da Universidade Positivo (UP) Marcelo Ducroquet, a onda que está acontecendo em Europa e Ásia é da variante Ômicron. A cepa é mais transmissível que outras variantes, no entanto, ela se manifesta de forma mais leve.
A história da pandemia mostra que sempre que uma nova onda da Covid-19 começa em outras partes do mundo, é uma questão de tempo até que ela chegue no Brasil. Segundo o especialista, o país já enfrentou um boom de casos dessa cepa, por isso, não há previsão de que haja uma nova alta da variante Ômicron.
“Dessa vez são eles que estão atrasados, foi pra eles que chegou o vírus”, diz o médico
É cedo demais para flexibilizar tudo?
Para o Dr. Marcelo, não é possível dizer que o uso de máscaras vai ser suspenso para sempre. O Paraná já votou para que a proteção fosse desobrigada nos ambientes ao ar livre. Em Curitiba, as máscaras estão liberadas também. A tendência é que nos próximos 10 dias, o estado libere o uso de máscaras também nos ambientes fechados.
“A gente vai conviver com o vírus daqui pra frente, a gente nunca vai dizer que não vai ter mais um caso de insuficiência respiratória pelo coronavírus. Nesse momento, a circulação do vírus é baixa, temos capacidade de atendimento nos hospitais. É propício (flexibilizar máscaras), mas tendo em mente que não é para sempre”, afirmou o médico
Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro já desobrigaram o uso de máscaras em ambientes abertos e fechados. No Paraná e em Curitiba, isso pode acontecer nos próximos dias caso a situação epidemiológica desses locais não piore.
Imunidade não dura para sempre
Marcelo destaca que o comportamento do coronavírus vai depender do surgimento de uma nova cepa no futuro. Caso haja uma nova cepa capaz de quebrar os mecanismos de defesa já existentes contra a doença, a tendência é que uma nova vacina venha a surgir.
“A imunidade da vacina dura em média seis meses. Como muita gente vacinou e pegou Covid, nós próximos 3,4 meses devemos ter uma certa tranquilidade”, diz o médico sobre a possibilidade de um novo surto no Brasil
Segundo o médico, após esse período, muitas pessoas podem estar suscetíveis a pegar Covid novamente. No entanto, a tendência é que mais infecções leves comecem a aparecer.
Fonte: Agência Brasil