Balão não tripulado estava a 37 mil pés de altitude. Objeto representa grave risco à segurança de voo
Infelizmente não é raro, embora seja crime.
Não é de hoje que a aviação brasileira enfrenta um risco real à segurança de voo.
A soltura de balões livres não tripulados, também conhecidos como balões juninos.
No último sábado (27), a tripulação de um Airbus da Latam não apenas avistou como filmou um objeto desse tipo próximo à rota da aeronave, a 37 mil pés de altitude, mais de 11 mil metros.
Segundo informações do Aeroin, a aeronave sobrevoava o Vale do Rio Doce, em Minas Gerais.https://cbbfa390c1a9d5264c323f1e467d1417.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“Trinta e sete mil pés, e olha o que a gente acabou de passar aqui: um balão”, diz, em tom de revolta, um dos pilotos.
Para mapear o risco que os balões causam à aviação brasileira, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) mantém um banco de dados na internet. Por meio dele, qualquer pessoa que avistar um balão na rota de aeronaves pode comunicar o fato ao órgão.
Uma breve análise dessas informações, segundo dados da Força Aérea Brasileira (FAB), mostra que os balões estão mais presentes no espaço aéreo dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A tradição baloeira, que se intensifica nas festas juninas, tem assustado quem voa nessas regiões. É que em alguns casos os pilotos precisam fazer manobras evasivas bruscas, desistir da decolagem, arremeter e até atrasar o pouso. Situações que geram medo, desconforto e transtorno aos passageiros.
A maior parte dos registros é de avistamento de balão, não de colisão.
Tal presença de balões, por vezes, leva à realização obrigatória de manobras que podem ser feitas em etapas delicadas do voo, como o pouso e a decolagem. A arremetida é um processo seguro, mas, se uma manobra evasiva tiver de ser feita em uma altura muito baixa, pode se tornar perigosa. Além dos demais prejuízos que isso acarreta: atraso de voo, gasto de combustível desnecessário, complicações no tráfego aéreo, entre outros.
Para reduzir os riscos na aviação militar e civil, a FAB realiza campanhas de conscientização no período de maior número de avistamentos.
Existem regras para a soltura com segurança do balão livre não tripulado – nome formal do balão junino. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) segue as normas da Organização Internacional da Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês). Basicamente, são três regras principais a serem seguidas: a soltura deve ser informada e coordenada com o Decea; o artefato precisa de um mecanismo de interrupção de voo, caso saia do espaço aéreo reservado; e é necessário carregar consigo um mecanismo de rastreamento. Além disso, qualquer presença de fogo no balão é totalmente proibida, de acordo com a lei ambiental. Já existem eventos criados para a preservação da tradição de maneira responsável, como os da associação Somos Arte Papel e Cola (Sapec), realizados no Paraná.
Luiz Fara Monteiro do R7