Treze mulheres, dez crianças e dois homens estão acampados desde a última sexta-feira, 10, no pátio do Palácio das Araucárias, sede da Secretaria de Justiça do Paraná. O grupo vive na Reserva Indígena Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, a 328 km de Curitiba, e todo fim de ano vêm a Curitiba vender os artesanatos que a aldeia produz. Habituados a ficar na antiga Casa de Passagem Indígena, estão agora ao relento.
De acordo com a Prefeitura de Curitiba, a Casa de Passagem foi fechada em março de 2020 por causa da pandemia do novo coronavírus. Até então, o espaço abrigava pessoas que vinham das aldeias no interior do Paraná e de Santa Catarina para vender artesanatos pelas ruas e feiras de Curitiba. O local era administrado pela Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS).
A coordenadora do acampamento é Jovina Donato de Oliveira, a Renh-ga, líder da Kakané-Porã, aldeia no Campo do Santana que organiza o grupo. Ela explica que as pessoas pedem pela reabertura da Casa de Passagem e que tiveram uma reunião com o Secretário de Justiça, Ney Leprevost, na sexta-feira à tarde, e receberam a promessa de que terão um lugar para ficar.
A prefeitura de Curitiba, em nota, informou ainda que após o fechamento da Casa de Passagem, o atendimento é feito em unidades já existentes da rede socioassistencial do município. “Destacamos que ao acolher pessoas, a FAS não separa crianças de suas mães.
Ainda conforme a nota, o grupo de indígenas que está em Curitiba foi abordado pela FAS, que ofertou os serviços necessários. O acolhimento dos homens é feito na Casa de Passagem Rebouças e em hotéis sociais. Já as mulheres com filhos podem ser acolhidas em unidades de acolhimento exvlusivas para este público. Todos são levados até os locais de acolhimento, como acontece com as pessoas que se encontram em situação de rua.
No entanto, de acordo com os costumes indígenas, o povo não se separa e, por isso, reivindicam a reabertura da Casa de Passsagem Indígena em Curitiba. Jovina conta que não receberam ainda nenhuma visita de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), nem do Ministério Público, e que aguarda ajuda destes órgãos.
Por Redação Bem Paraná