Considerada referência mundial em agroecologia, Ana Maria Primavesi começou a aprender tudo sobre o tema com os pais agricultores. Nascida na Áustria, onde fez faculdade de Recursos Naturais e Ciências da Vida, ela foi vítima do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi presa em um campo de concentração.
Sobreviveu ao conflito, se apaixonou por um russo, despatriado de seu país, e junto com ele decidiu morar no Brasil, onde utilizou todo o conhecimento sobre agricultura orgânica que havia aprendido na infância para sobreviver. O casal Primavesi ficou conhecido por cultivar, em solo extremamente difícil, ácido e empobrecido, o primeiro trigo brasileiro de qualidade.
Desde então, Ana Maria Primavesi se consagrou cada dia mais, no Brasil e no mundo, como referência em agroecologia. Foi professora na Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e, entre outras obras, escreveu o livro Manejo Ecológico do Solo, considerado fundamental na formação de profissionais agrônomos.
Por toda sua contribuição ao mundo, aos 92 anos de idade, Ana Maria Primavesi recebeu o One World Award, prêmio considerado o Oscar da Agricultura Orgânica, que reconhece ativistas do mundo inteiro que atuam em prol do tema.
A austríaca, de coração brasileiro, faleceu oito anos depois, em 2020, em decorrência de problemas cardíacos, mas deixou um legado para o Brasil e para o mundo que jamais será esquecido. Assista o minidocumentário Vida na Terra.