Por Pr. Rilson Mota
Por onde passam, eles transformam dor em sorrisos, incertezas em esperança e hospitais em espaços de afeto. Assim são os “Especialistas da Alegria”, um grupo de palhaços voluntários que há 12 anos atua em Curitiba, humanizando ambientes hospitalares com gestos de solidariedade e sonhos. Na noite desta quinta-feira (28), o trabalho desse grupo foi celebrado em uma solenidade especial na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), por iniciativa do deputado estadual Fabio Oliveira (Podemos), que destacou a importância do projeto para a saúde emocional e mental de pacientes e familiares.
A homenagem, marcada por emoção e bom humor, reuniu 31 integrantes do grupo no Plenário Waldemar Daros. “Esses palhaços representam um raio de luz em momentos difíceis. Eles oferecem conforto e transformam a dor em sorrisos, tornando-se parte essencial do processo de cura”, disse Fabio Oliveira, que, em alusão ao tema, usou uma gravata borboleta colorida. Ele enfatizou que o trabalho dos voluntários é uma manifestação da arte que transcende o entretenimento: “É um ato de amor e empatia que faz a diferença na vida de quem mais precisa”.
Sorrisos que curam e transformam vidas
Entre os homenageados estava Jefferson Bertoldi, conhecido como Dr. eNe, um dos fundadores do projeto. Emocionado, ele relembrou o início do grupo em 2012, quando um pequeno grupo de amigos decidiu levar alegria aos hospitais. Hoje, os “Especialistas da Alegria” realizam mais de 500 mil intervenções anuais em quatro hospitais de Curitiba, atuando com crianças, adultos e idosos em tratamentos delicados, especialmente oncológicos.
O trabalho dos palhaços vai além da diversão. Estudos comprovam que o riso aumenta a imunidade e reduz a ansiedade, fatores essenciais para pacientes em tratamento, como destacou o médico Robson de Castro Coelho, diretor do Hospital Erastinho. “Eles aliviam o sofrimento, aumentam as chances de recuperação e transformam os corredores hospitalares em espaços de acolhimento e vida”, declarou.
A origem de um legado transformador
A trajetória dos “Especialistas da Alegria” começou com encontros semanais entre amigos que desejavam fazer a diferença. A ideia inicial era simples: levar um pouco de leveza aos pacientes. No entanto, a dedicação dos voluntários e a resposta positiva dos pacientes logo transformaram o projeto em uma referência. Hoje, além das visitas hospitalares, o grupo desenvolve oficinas, palestras e ações educativas para disseminar o conceito de humanização nos cuidados com a saúde.
Para Regiane Menin, a Drª Fófys, que está no projeto desde o início, cada visita é uma oportunidade de aprender com os pacientes. “É um trabalho que exige sensibilidade. Enfrentamos a dor de frente, mas buscamos sempre transformar isso em algo positivo, seja com uma piada ou apenas com a nossa presença”, contou.
O grupo também tem ampliado suas atividades para outras regiões do estado. Há três anos, eles começaram a atuar em Paranaguá, levando ações para comunidades vulneráveis e escolas, além de instituições de saúde. Essa expansão reflete o compromisso dos voluntários em impactar cada vez mais vidas.
Formação e profissionalismo na palhaçaria hospitalar
Uma das inovações mais marcantes do projeto é a criação da primeira pós-graduação em palhaçaria hospitalar do mundo. Lançado em parceria com a PUCPR, o curso capacita profissionais para atuarem em ambientes hospitalares, combinando conhecimentos artísticos e médicos. “Essa formação é um marco. Mostra que a arte pode ser uma aliada poderosa na saúde, especialmente quando é praticada com profissionalismo e paixão”, afirmou Flávia Bertoldi, a Drª Filó, diretora executiva do projeto.
Além disso, o projeto mantém uma escola de formação interna, garantindo que novos voluntários estejam preparados para os desafios emocionais e técnicos do trabalho hospitalar. “Não basta apenas ter vontade de ajudar. É preciso estar pronto para lidar com situações delicadas e oferecer um apoio genuíno”, explicou Flávia.
Impacto comprovado: sorrisos que salvam vidas
Para pacientes como Ângela Maria Pattene, que enfrentou o câncer no Hospital Erasto Gaertner, o apoio dos “Especialistas da Alegria” foi fundamental. “Eles não só aliviaram meu sofrimento, mas também me ajudaram a encontrar força para continuar. Guardarei para sempre o que eles fizeram por mim”, relatou.
Esse impacto também foi reconhecido por Vinícius Filipak, gestor da Unidade Aérea Pública da Secretaria de Saúde do Paraná. “É um exemplo de como a empatia pode transformar o cuidado com a saúde. Esse grupo é uma verdadeira inspiração para todos nós que trabalhamos na área”, afirmou.
Uma celebração inesquecível
A cerimônia na Alep foi coroada pela apresentação da “Palhaçata de Natal”, que trouxe emoção e alegria ao público. Durante o evento, foram entregues 31 diplomas de Menção Honrosa aos voluntários, como forma de reconhecimento pelo trabalho impactante que realizam. No diploma, uma mensagem resumiu o espírito do grupo: “Vocês fazem florescer tudo o que é bom – alegria, esperança, saúde, fé e sonhos”.
Representantes de instituições, autoridades e amigos prestigiaram o evento, que lotou o plenário. “Foi um momento único, que mostrou como ações simples, mas feitas com amor, podem mudar o mundo”, concluiu Fabio Oliveira.
Com 12 anos de história e milhares de vidas impactadas, os “Especialistas da Alegria” continuam a provar que, mesmo nos momentos mais difíceis, um sorriso pode ser o melhor remédio.
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