Pedro Ribeiro23 de novembro de 2021
A partir deste sábado, 28, não será mais pago pedágio nas rodovias paranaenses. Com o fim dos contratos, as concessionárias levantam acampamento e as rodovias do Anel de Integração ficam sob a responsabilidade do Governo do Estado que manterá as pistas de rolamentos, os acostamentos, as manutenções das praças e os serviços de guincho e assistência médico de emergência em casos de acidentes.
Embora muitas pessoas não acreditem que o Governo do Estado será capaz de assumir as rodovias até que se faça nova licitação para o novo modelo de pedágio, o que deverá levar perto de um ano, o governador Ratinho Junior sustenta o contrário e garante que os usuários não sofrerão qualquer consequência com a liberação das cancelas.
O Instituto Pró-Paraná encaminhou documento ao governador onde manifesta preocupação com as rodovias, principalmente em relação à conservação da faixa de domínio, conservação do pavimento, sinalizações, emergência 0800 estadual para chamada emergencial, socorro com guincho para remoção de veículos em caso de acidente ou pane mecânica, fiscalização nas balanças com excesso de pesos e atendimento médico emergencial. O G7, formado pelos setor produtivo e de serviços, também tem manifestado preocupação em relação à capacidade do Estado em absorver tamanha responsabilidade.
MOMENTO HISTÓRICO E AUDIÊNCIA PÚBLICA
“Este é um momento histórico para nós paranaenses que podemos, a partir deste sábado, nos livrar deste vergonhoso achaque que sofremos durante 24 anos pelas concessionárias do pedágio. Além de nos fazerem engolir uma das tarifas mais altas de rodovias pedagiadas do mundo, ainda só cumpriram 50% dos contratos de duplicações e benfeitorias no Anel de Integração. Vamos estancar esta sangria”. O desabafo foi feito nesta terça-feira, pelo deputado Luiz Cláudio Romanelli, após o início da Audiência Pública sobre o Pedágio, realizado na Assembleia Legislativa.
O que não foi discutido, pelo menos com mais propriedade e até responsabilidade, na Audiência Pública, é sobre o que, efetivamente, o Governo do Estado vai fazer em relação às obras de manutenção das estradas, serviços de guinchos e ambulâncias para prestar os primeiros socorros aos usuários em casos de acidentes. Este tema, no entanto, será destaque do pleno desta quarta-feira do Tribunal de Contas.
A realização de mais este debate público mostra a preocupação da Frente Parlamentar sobre o Pedágio que há mais de um ano vem discutindo um novo modelo para as rodovias paranaenses, bem como alternativas para manter as estradas em ordem e a prestação de serviços aos usuários. “Não podemos dar as costas à sociedade e jamais vamos permitir que inviabilizem o futuro das nossas gerações”, disse o parlamentar.
TARIFAS MAIS BAIXAS E MAIS OBRAS
Romanelli criticou as perniciosas maquinações que o Governo Federal tentou fazer em relação a um pedágio híbrido, onde o Paraná perderia R$ 9 bilhões, e que felizmente foram abortadas graças, segundo ele, ao governador Ratinho Junior que assumiu a frente das negociações e conseguiu equilibrar o novo modelo de concessão, agora com tarifas mais baixas e realização de mais obras contemplando, principalmente, os municípios por onde passam as rodovias.
“O que estamos apontando aqui, hoje, são justamente os erros, equívocos e as malandragens que foram cometidas ao longo desses anos todos que foi a exclusão, esse rastro de exclusão de obras tão importantes para o Paraná, duplicações, trevos, vias marginais, intersecções, enfim, tantas obras importantes que não foram realizadas.”, denunciou Romanelli.
Ratinho Júnior, observou Romanelli, enfrentou todo o tipo de pressão de maus conselheiros que queriam que ele fizesse uma prorrogação do contrato, minimamente até que o próximo contrato pudesse estar vigendo. Mas ele, vendo o interesse público agiu da forma acertada, combater a esses contratos, não dando a oportunidade de nenhum tipo de prorrogação. “Há de se reconhecer essa atitude republicana, correta, do governador do Estado do Paraná”, pontuou o deputado.
Em seu discurso, na abertura da Audiência Pública, o parlamentar fez questão de afirmar que a “Frente Parlamentar sobre o Pedágio não é de esquerda, não é de direita, não é de oposição, não é de situação, ela visa o interesse público, o interesse dos paranaenses. Como grande vitória que tivemos foi a derrota do modelo híbrido, aquele que previa a cobrança da outorga, onde queriam sacar cerca de R$ 9 bilhões da economia paranaense”.
PASSAGEM SEGURA DOS USUÁRIOS
O DER acaba de ingressar com pedidos de liminar na Justiça Federal em ações civis públicas para obrigar as concessionárias do pedágio a implantar a canalização do tráfego e o reforço de sinalização nas praças de pedágio para garantir a passagem segura dos usuários.