A mente humana é uma caixa de pandora. Não à toa, o diagnóstico e o tratamento de doenças psicológicas são sempre controversos, passíveis de diferentes abordagens clínicas. A saída pode estar no uso de inteligência artificial aplicada à psicologia, de acordo com um estudo publicado no Journal of Applied Behavior Analysis por Marc Lanovaz, professor de ciências comportamentais da Université de Montréal, e Kieva Hranchuk, professora de psicologia do St. Lawrence College, em Ontário, Canadá.
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Os pesquisadores canadenses compilaram dados simulados de 1.024 indivíduos, que estavam sendo tratados por cinco profissionais ph.D. em saúde mental. Em seguida, compararam as recomendações de tratamentos, prescritas por cada um deles, com as indicações produzidas por inteligência artificial, desenvolvida pela dupla de pesquisadores canadenses, utilizando Machine Learning. “Os profissionais só chegaram às mesmas conclusões em aproximadamente 75% dos casos”, disse Lanovaz. “Mais importante ainda, os algoritmos cometeram menos erros de decisão do que os especialistas.”
Parceria entre mente e máquina
Segundo os pesquisadores, o objetivo do estudo é adotar a tecnologia para garantir avaliações mais precisas e facilitar o trabalho dos especialistas, e não substituí-los de fato. “Profissionais de saúde mental frequentemente discordam entre si sobre a melhor indicação de tratamento, podendo prejudicar o resultado do paciente”, avalia Lanovaz. O próximo passo seria integrar nossos modelos de IA em um aplicativo, capaz de gerar recomendações eficazes automaticamente ou fornecer feedback sobre como o tratamento está progredindo.
Revista Oeste