No Paraná, 177 startups se inscreverem no programa do BRDE em 2021 com foco na indústria. Exemplos concretos mostram que o programa facilita a inovação.
O programa do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) que une empresas e startups a fim de acelerar o desenvolvimento do Paraná teve como destaque na última edição um modelo de gestão que é tendência: a inovação aberta.
Cada ano, o programa tem um tema central que guia a escolha das empresas e, consequentemente, das startups. Em 2021, o foco foi a indústria do Paraná. As startups inscritas apresentaram propostas para nove empresas âncoras, que testaram as soluções dentro do próprio sistema. Até o momento, dois contratos foram assinados e sete estão em fase de negociação.
“O objetivo desse modelo é promover a colaboração com pessoas e organizações externas à empresa, expandindo os horizontes dos negócios, assim como propõe o BRDE Labs”, explicou o presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski.
A experiência do BRDE Labs foi um divisor de águas na história da Specrux. A startup da área de monitoramento e processamento de dados, incubada na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), trabalhou em conjunto com a empresa âncora Enaex, líder em produção de explosivos e serviços de fragmentação de rocha. Ambas apontam a valorização da inovação aberta como ponto forte do programa.
“Além de todas as mentorias que o programa nos forneceu gratuitamente, o contato com a Enaex foi um casamento perfeito: eles tinham problemas complexos, nós tínhamos vontade e técnica para resolvê-los”, conta Conrado Chiarello, cientista de dados da Specrux.
O desafio proposto pela Enaex foi testar a tecnologia de monitoramento da Specrux do nível de explosivos em diversos tanques. “Temos mais de 50 tanques em que fazemos as inspeções manualmente, e com o BRDE Labs aprovamos uma tecnologia que torna possível acompanhar esses dados à distância. A tecnologia já está validada e agora a gente precisa estabilizar um projeto padrão para digitalizar todos os nossos tanques estacionários, é isso que estamos fazendo”, explica Antoine Moreau, líder de Inovação na Enaex Brasil.
Além disso, Antoine acredita que o BRDE cumpriu seu papel como apoiador da inovação no Paraná e no Brasil ao ter programas que unem empresas e startups, ajudam a identificar problemas e encontrar soluções e viabilizam financeiramente projetos inovadores.
“Nesse caso, empresas como BRDE são fundamentais. São agentes do ecossistema. Sem eles o País conseguiria rodar um conjunto muito menor de projetos estratégicos. A lógica do BRDE Labs é uma lógica vencedora”, conclui.
OUTRA EXPERIÊNCIA – O BRDE Labs também intensificou a expansão de uma startup de Porto Alegre, focada em soluções odontológicas. Criada há 2 anos, a Agidesk é especialista no gerenciamento de processos de Tecnologia da Informação, Recursos Humanos, Marketing, Manutenção, Jurídico e Financeiro. A partir do programa, a startup fechou negócio com a Ibema, indústria de papéis da região.
“Fizemos a implantação do sistema inicialmente na área de TI e após apenas 2 semanas rodando a solução, fomos procurados por outras áreas de negócios que também tiveram o interesse no gerenciamento de processos e atendimentos nos seus departamentos”, conta Veridiana Caveiro, co-fundadora da Agidesk.
O programa permitiu ainda o aperfeiçoamento de processos já existentes na empresa, mas que passaram por um redesenho com a ajuda de experientes mentores que participaram do BRDE Labs. Por fim, a participação da startup também foi importante para ampliar a aproximação com outras empresas consolidadas do Paraná, que compõem o ecossistema de inovação do Estado.
LABS – Criado com o objetivo de acelerar o ambiente de inovação da Região Sul do Brasil, o BRDE Labs une empresas consolidadas a startups que possuem soluções inovadoras. Apenas em 2021, no Paraná, o programa teve 177 startups inscritas. Dezoito delas passaram pela fase de pré-aceleração e nove, pela de aceleração.
O objetivo central do programa é estimular a inovação. Com isso, o BRDE Labs do Paraná também atuou na formação de profissionais. No último ano, foram 54 horas de treinamento, mais de 150 pessoas formadas e mais de 20 horas de conteúdos conduzidos por 27 palestrantes e transmitidos por lives que tiveram mais de 4 mil espectadores. Os participantes destacaram a mudança de paradigma que essa experiência em inovação aberta provocou para as empresas.
O BRDE Labs 2021 foi desenvolvido em parceria com a Hotmilk, aceleradora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Trabalhar com ideias embrionárias, que buscam solucionar problemas, necessidades e desejos das pessoas e de outras empresas é o foco de uma aceleradora.
“Empresas que trabalham com aceleração de startups têm uma importância gigante para inovação, não apenas no Paraná, mas em todo o território nacional e arrisco dizer, que também em todo o planeta. É através da empresa aceleradora que empreendedores buscam parceria para validar e desenvolver seus negócios. Contando com um ecossistema repleto de diversidade e apoio, as empresas aceleradoras são verdadeiros motores de inovação”, sintetiza João Paulo Moreira, head de Open Innovation da Hotmilk.
No programa do BRDE, a empresa foi responsável por formar os profissionais através das lives e mentorias e aproximar as startups das grandes empresas participantes do programa para solucionar os desafios listados. Por outro lado, João Paulo destaca que a participação no BRDE Labs representou mais um degrau no caminho da empresa rumo à inovação aberta.
“Entre as vantagens dessa participação está a conexão entre as pessoas, novas empresas, startups. Cada movimento que fazemos de inovação aberta aumenta o nosso leque de transformação, que é o que queremos: levar cada vez mais transformação positiva através da inovação”, acredita.
Em 2022, o tema será ESG – Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em português).
Mais sobre BRDE Labs no site https://www.brdelabs.com.br/pr/.
Fonte: AEN