Por Pr. Rilson Mota
O setor público brasileiro registrou, em setembro de 2024, um déficit primário de R$ 7,34 bilhões, com saldo negativo em todas as esferas: Governo Central, estados, municípios e estatais. Esse valor, embora elevado, representa uma melhoria em relação ao déficit de R$ 18,07 bilhões do mesmo mês de 2023, especialmente em razão do desempenho ligeiramente melhor nas contas do Governo Central. No entanto, os déficits dos governos estaduais e municipais seguiram em crescimento, pressionando ainda mais o cenário fiscal.
No acumulado dos nove primeiros meses de 2024, o déficit primário do setor público já soma R$ 93,56 bilhões. Nos últimos 12 meses encerrados em setembro, o total negativo chegou a R$ 245,6 bilhões, ou 2,15% do Produto Interno Bruto (PIB). Considerando o resultado nominal, que inclui o pagamento de juros, o déficit em setembro alcançou R$ 53,77 bilhões, refletindo uma melhora em relação aos R$ 99,78 bilhões no mesmo período de 2023, influenciado por um ganho nas operações de swap cambial que reduziu os custos com juros.
A dívida pública mantém sua trajetória ascendente. Em setembro, a dívida líquida do setor público atingiu R$ 7,12 trilhões, equivalente a 62,4% do PIB, enquanto a dívida bruta do governo geral alcançou R$ 8,93 trilhões, representando 78,3% do PIB. Esses índices, considerados importantes pelas agências de risco, reforçam a necessidade de uma reforma fiscal abrangente. Essa medida visa não apenas conter o crescimento da dívida, mas também estabilizar o déficit público, garantindo um ambiente econômico sustentável e a confiança dos investidores na economia brasileira.
Comentário: O Peso do Déficit e da Dívida nas Contas Públicas e seus Efeitos na Economia
A situação fiscal do Brasil aponta para uma necessidade urgente de reformas estruturais. A trajetória de aumento do déficit e da dívida pública impacta não apenas a confiança dos investidores, mas também a vida cotidiana dos brasileiros, que sofrem com a falta de investimentos em setores essenciais. Quando o governo gasta mais do que arrecada e direciona uma parcela significativa de seus recursos para cobrir juros da dívida, acaba deixando de lado áreas como saúde, educação e infraestrutura, que são cruciais para o desenvolvimento econômico e social. Essa escolha forçada entre pagar dívidas e investir no bem-estar dos cidadãos é um reflexo direto de políticas fiscais desequilibradas.
Além disso, o crescimento da dívida pública gera um ciclo de endividamento que compromete o futuro do país. Com juros altos e uma dívida que consome uma parte significativa do PIB, o Brasil enfrenta dificuldades para garantir o crescimento sustentável. A cada ano, o governo precisa captar mais recursos para pagar dívidas antigas, aumentando a dependência de novos financiamentos e expondo o país a oscilações nos mercados globais. Essa situação aumenta a vulnerabilidade econômica e torna o Brasil mais suscetível a crises financeiras, afetando a estabilidade do câmbio, da inflação e dos investimentos produtivos.
Portanto, uma reforma fiscal abrangente e sustentável não é apenas uma questão técnica, mas uma necessidade para garantir um futuro com mais oportunidades e menos incertezas. O desafio está em realizar ajustes que respeitem a responsabilidade social do governo e ao mesmo tempo promovam um equilíbrio orçamentário capaz de dar segurança econômica e competitividade ao país. A estabilidade fiscal é um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico, e sem ela, o Brasil continuará enfrentando dificuldades para oferecer qualidade de vida e oportunidades à sua população.
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