Um montante de US$ 3,2 bilhões: este foi o valor que as startups brasileiras receberam em investimentos nos cinco primeiros meses de 2021. O volume equivale a 90% do total investido em todo o ano de 2020 (US$ 3,54 bilhões). Segundo dados de um relatório da Distrito, uma plataforma que monitora o mercado de inovação brasileiro, foram realizados, até maio, 261 aportes. A maior parte para fintechs.
“O Brasil caminha para algo entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões (em aportes) ao longo de 2021”, diz Gustavo Gierun, co-fundador e sócio da Distrito. Segundo ele, os números sinalizam um ano forte para o setor, visto que os fundos ainda possuem capital para investir.
Em 2021, foram 57 investimentos em fintechs, totalizando US$ 1,158 bilhão. As startups do ramo imobiliário acumulam US$ 825 mi em investimentos. As retail techs (startups ligadas ao varejo) somam US$ 632 milhões, e as healthtechs (empresas do ramo da saúde), US$ 88,8 milhões.
Para o sócio e professor de finanças da Finted Tech School, Flávio Málaga, a alta dos investimentos em venture capital (que ajuda a aumentar o financiamento a startups) reflete a atual dinâmica macroeconômica brasileira e mundial, de juros baixos e muita liquidez no mercado, noticia uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
No entanto, possíveis problemas estruturais no país, como entraves regulatórios, podem esfriar o mercado, de acordo com Málaga. “Para o recurso entrar, precisa ter porta de saída, seja via Bolsa, com um IPO (oferta inicial de ações), ou com um player estratégico. Se o investidor entender que o cenário é arriscado ou inóspito para capital, não vai entrar”, diz.