Por Pr. Rilson Mota
O ano de 2025 começou com um ritmo de coração acelerado no Paraná, registrando um recorde histórico de transplantes de órgãos no primeiro mês do ano. Com 68 procedimentos, janeiro de 2025 superou todos os registros desde 2011, quando apenas nove transplantes foram realizados. Esta é uma vitória do humanismo, da ciência e da organização estadual, transformando a esperança em realidade para dezenas de pacientes.
O Sistema Estadual de Transplantes do Paraná (SET) demonstrou sua eficácia ao contabilizar, só em janeiro, 44 transplantes de rim, 21 de fígado, um de coração e dois transplantes duplos – um de pâncreas e rim e outro de fígado e rim. Ajudando a iluminar vidas, também foram transplantadas 82 córneas. O primeiro transplante do ano, um rim, trouxe um novo amanhecer para um homem de 53 anos em Curitiba, marcando o início de uma jornada de renascimento.
Este aumento expressivo não é apenas um número; é um testemunho da dedicação do Governo do Estado em oferecer uma segunda chance àqueles que aguardam por uma nova vida. A saúde pública paranaense tem se destacado pela gestão eficiente da rede de doação, captação e transporte de órgãos, além de um trabalho contínuo de conscientização para a importância da doação.
Para sustentar essa operação de salvamento e renovação, o Paraná conta com uma infraestrutura impressionante. Trinta e quatro equipes especializadas em transplantes de órgãos e 72 em tecidos trabalham incansavelmente, apoiadas por cinco laboratórios de histocompatibilidade, três de sorologia, e três bancos de tecidos, incluindo dois para córneas e um para múltiplos tecidos.
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, enfatiza a evolução desde 2011, destacando o papel fulcral da solidariedade. “Cada transplante é uma história de generosidade. A conversa prévia com a família sobre a vontade de ser doador pode ser o passo final para salvar várias vidas”, ressalta. A humanidade desse ato é o que tem permitido ao Paraná avançar nesse campo.
A logística de transporte é um capítulo à parte nesta saga de vida. Com 22 veículos próprios e 12 aeronaves para operações emergenciais, o Paraná demonstra que está preparado para agir rapidamente quando o tempo é essencial. A eficiência desta rede logística tem sido crucial para o sucesso dos procedimentos.
Apesar do avanço, a realidade ainda apresenta desafios: 4.107 pessoas continuam na fila de espera por um transplante, com 3.652 pacientes ativos e 455 semi-ativos. A demanda mais expressiva é por rins, seguida por córneas e fígado, revelando a necessidade contínua de doações e a importância de manter o sistema operante e ágil.
O investimento em infraestrutura não parou em 2024. Setembro foi marcado pela entrega de 18 novos veículos para o SET, a maior renovação da frota em sua história, ao custo de R$ 1,9 milhão. Esta ação reforçou a capacidade de resposta das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel, ampliando a eficiência na captação e transporte de órgãos.
A aquisição de duas aeronaves pela Casa Militar também foi um marco significativo, elevando a capacidade de transporte de órgãos para níveis ainda mais altos, garantindo que distâncias não sejam uma barreira para salvar vidas.
Juliana Ribeiro Giugni, coordenadora do SET/PR, resume o sentimento de todos envolvidos: “Os resultados são mais do que números; são vidas renovadas, são esperanças concretizadas”. Este entusiasmo reflete o compromisso e o trabalho árduo de centenas de profissionais que veem em cada transplante uma nova história de vida.
O Paraná não apenas lidera em números; é um exemplo de como a sinergia entre tecnologia, logística e humanidade pode fazer a diferença. Cada transplante é uma vitória contra o tempo, contra doenças e contra o desespero, um lembrete de que a vida pode ser renovada pela compaixão e pela ciência.
A lista de espera ainda é longa, mas com cada doação, o Paraná dá um passo mais próximo de zerá-la. A educação e a conscientização continuam sendo ferramentas essenciais, pois a decisão de ser doador depende de uma cultura de solidariedade que precisa ser alimentada e expandida.
A complexidade de um transplante não se resume ao ato cirúrgico; envolve uma cadeia de eventos onde cada elo é vital. Desde a decisão da família de doar até o transporte do órgão, tudo deve ser executado com precisão e rapidez, mas também com um toque de compaixão e respeito humano.
Para além dos números, cada transplante realizado no Paraná é uma narrativa de resiliência. Pacientes que enfrentam doenças crônicas, famílias que encontram conforto na doação, médicos e enfermeiros que dedicam suas vidas a este propósito, todos juntos constroem uma rede de vida e esperança.
O Paraná de 2025 é um estado onde a medicina avança de mãos dadas com a empatia. Os transplantes não são apenas procedimentos; são manifestações de uma sociedade que valoriza a vida acima de tudo, onde cada coração batendo de novo é uma celebração.
A comunidade paranaense tem se mostrado cada vez mais consciente, com campanhas educativas, eventos de conscientização e uma mudança de mentalidade em relação à doação. Este é o reflexo de uma sociedade que evolui, que entende que a generosidade pode ser a chave para a sobrevivência de muitos.
O recorde de janeiro é apenas um capítulo em uma história de sucesso contínuo, uma história que o Paraná escreve com cada transplante, com cada vida salva. E enquanto a fila de espera diminui, a esperança cresce, não apenas para os que aguardam, mas para uma sociedade que acredita na força da solidariedade.
Cada veículo que percorre as estradas paranaenses com um órgão para transplante é um símbolo de uma logística que funciona, mas também de um coração coletivo que bate forte pela vida. O investimento em infraestrutura mostra que o Paraná não apenas reage; ele prevê, ele planeja, ele age para que cada segundo conte.
A mensagem é clara: no Paraná, doar vida é mais do que um ato; é um legado. E enquanto o estado continua a bater recordes, ele também constrói um futuro onde a doação de órgãos é parte integrante da cultura, onde cada cidadão pode ser um potencial salvador de vidas.
O primeiro transplante do ano pode ter sido de um rim, mas o que realmente se transplanta no Paraná é a esperança, a fé na humanidade e a certeza de que, juntos, podemos transformar a dor em renascimento, a perda em vida.
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