Fiscais do Instituto Água e Terra (IAT) identificaram mais de 100 hectares (ha) de desmatamento na região Centro-Sul do Estado. O IAT é um órgão vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest).
Uma força-tarefa foi criada com o objetivo de combater o desmatamento ilegal nos municípios de Boa Ventura de São Roque, Santa Maria do Oeste, Pitanga, Palmital e Laranjal. Ao todo, foram lavrados 11 autos de infração com mais de R$ 1 milhão de multas por crimes ambientais, com apreensão de pranchas, vigas, toras, lascas, e tábuas de árvores nativas. Oito pessoas estão envolvidas nesses crimes.
De acordo com o chefe regional do IAT em Pitanga, Elmiro Genero, foram alvos de fiscalização as áreas com alertas na plataforma MapBiomas, utilizada pelo órgão ambiental para identificar crimes ambientais, e também por denúncias da população. Em áreas de difícil acesso por terra, foi utilizada a aeronave do Batalhão de Operações Aérea da Polícia Militar (BPMOA).
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“Conseguimos identificar áreas muito internas das florestas. Nossa região é bastante rica em cobertura florestal e atuamos fortemente para prevenir crimes como o desmatamento”, disse.
O diretor-presidente do IAT, Everton Souza, destaca que as áreas com crimes ambientais são identificadas via satélite pelo Núcleo de Inteligência do Instituto, com coordenadas geográficas. “É uma ação conjunta pra coibir os atos criminosos de desmatamentos irregulares, que devem ser combatidos pela gestão ambiental do Paraná para garantir a proteção ao meio ambiente paranaense”, afirmou.
A região Centro-Sul abriga uma das mais importantes áreas de Proteção Ambiental do Paraná. São mais de 206 hectares do bioma Mata Atlântica, que vem sofrendo com as ações de desmatamento ilegal.
MAPBIOMAS – A ferramenta MapBiomas, utilizada pelo IAT, emite alertas e relatórios de constatação de desmatamento com tecnologias de monitoramento com a utilização de imagens de alta resolução. É uma iniciativa que envolve uma rede colaborativa com especialistas nos biomas, usos da terra, sensoriamento remoto e ciência da computação que utiliza processamento em nuvem e classificadores automatizados a partir do Google Earth Engine para gerar uma série histórica de mapas anuais de uso e cobertura da terra do Brasil.
CRIME – Quem pratica o desmatamento ilegal está sujeito a penalidades administrativas previstas na Lei Federal nº 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais) e no Decreto Federal nº 6514/08 (Condutas Infracionais ao Meio Ambiente). O responsável também pode responder a processo por crime ambiental.
AÇÃO RECENTE – No final de junho, o Batalhão de Polícia Ambiental-Força Verde (BPAmb-FV), da Polícia Militar do Paraná, e o IAT fizeram uma operação conjunta (Esperança) para coibir desmatamentos na Serra da Esperança, um dos biomas mais importantes da região Centro-Sul. Foram alvo das ações propriedades localizadas nos municípios de Guarapuava, Prudentópolis e Inácio Martins. As fiscalizações geraram R$ 4,2 milhões em multas por crimes ambientais.