O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo, 27, que o Brasil irá adotar um posicionamento neutro em relação à invasão russa à Ucrânia, pois não quer “trazer as consequências do embate para o país”.
Ao ser interpelado por jornalistas sobre o cerco que o exército russo fez à Kiev, respondeu ser um “exagero falar em massacre”. As declarações foram dadas durante entrevista coletiva, em Guarujá.
O presidente está no Forte dos Andradas, em Guarujá, no litoral de São Paulo, onde o presidente e sua comitiva estão hospedados para passar o feriado de Carnaval.
“Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre”, disse Bolsonaro. “Ele está se empenhando em duas regiões do Sul da Ucrânia que, em referendo, mais de 90% da população quis se tornar independente, se aproximando da Rússia. Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil.”
“Temos que ter responsabilidade em termos de negócios com a Rússia. O Brasil depende de fertilizantes”, observou Bolsonaro. “Estive falando há pouco com o presidente Putin, tratamos dos fertilizantes, do nosso comércio, ficamos duas horas ao telefone. Ele falou da Ucrânia, mas me reservo a não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam.”
Quando questionado se continuaria com discurso de neutralidade mesmo depois do avanço das tropas russas por cidades da Ucrânia e possível mortes de civis, o presidente respondeu que “grande parte da população da Ucrânia fala russo”.
“São países praticamente irmãos. Um massacre de civis há muito tempo não se ouve falar. Não é tática de nenhum mundo fazer isso”, respondeu.
O presidente disse, ainda, que o povo “confiou em um comediante”. “O comediante que foi eleito presidente da Ucrânia, o povo confiou em um comediante para traçar o destino da nação. Eu vou esperar o relatório da ONU para emitir a minha opinião”, afirmou.
Bolsonaro defendeu o posicionamento neutro diante da guerra da Rússia contra a Ucrânia. “O mundo se preocupa com isso”, afirmou. “Um conflito, ainda mais para a área nuclear, o mundo todo vai sofrer com isso aí. Então isso não interessa para ninguém, seria um suicídio. Agora, nós devemos entender o que está acontecendo, no meu entender, nós não vamos tomar partido, nós vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução.”
Fonte: Revista Oeste