Ponta Grossa, 15 de dezembro de 2025
No coração dos Campos Gerais, o Hospital Universitário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) marca história ao realizar, pela primeira vez no SUS, cirurgias endoscópicas de coluna – uma inovação que transforma vidas com precisão cirúrgica e mínima invasão. Pacientes com dores crônicas agora acessam tecnologia de ponta, reduzindo sofrimento e acelerando retornos à rotina. Essa conquista eleva o padrão da saúde pública paranaense, provando que excelência médica pode ser inclusiva e acessível a todos.
As patologias mais comuns tratadas incluem hérnia de disco, responsável por 80% dos casos de dor lombar incapacitante, além de estenose lombar e foraminal, que comprimem nervos e causam fraqueza nas pernas. Milhões de brasileiros sofrem anualmente com esses males, mas o HU-UEPG inova ao oferecer alívio via endoscopia, evitando cirurgias abertas traumáticas. Essa abordagem não só alivia sintomas imediatos, mas previne deficiências futuras, restaurando mobilidade e qualidade de vida para trabalhadores e famílias inteiras.
O procedimento inicia com orientação por raio-X para identificar o ponto exato de acesso, seguido de uma incisão minúscula de 1 a 2 centímetros na pele. Um marcador guia a inserção da cânula de trabalho, e o endoscópio – equipado com luz, canal para instrumentos e irrigação contínua – permite visualização clara do interior da coluna. Essa técnica, como um “olho cirúrgico” interno, remove hérnias ou descomprime nervos com precisão milimétrica, minimizando riscos e acelerando a cicatrização em poucas horas.
Diferente das cirurgias tradicionais, que demandam incisões maiores e remoção extensa de osso e músculo, a endoscopia usa microscópio ou lupa para intervenções delicadas. O neurocirurgião Luiz Henrique Cardoso Pereira, pioneiro no HU-UEPG, explica: “A lesão muscular é reduzida, preservando a estrutura natural da coluna e cortando chances de desgaste futuro em até 50%”. Essa preservação tecidual resulta em recuperação ambulatorial, com pacientes caminhando no dia seguinte, contrastando com semanas de imobilidade em métodos convencionais.
Para pacientes jovens, como um operário de 28 anos com hérnia lombar que mal conseguia erguer caixas no trabalho, o procedimento é um investimento no futuro. “Eles enfrentam décadas de atividade física; ao evitar traumas extensos, diminuímos riscos de artrose precoce”, afirma Luiz Henrique. Estudos da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia corroboram: sequelas pós-operatórias caem 70%, permitindo que jovens retomem esportes e profissões sem limitações, fomentando uma geração mais produtiva e saudável no SUS.
Idosos, frequentemente acometidos por estenose foraminal que causa dor irradiada e quedas, beneficiam-se de perda sanguínea quase nula – inferior a 50 ml por cirurgia. “É uma revolução para quem tem comorbidades cardíacas ou diabetes, pois reduz infecções e hospitalizações prolongadas”, destaca o médico. Uma idosa de 72 anos, operada recentemente, saiu do HU-UEPG em 48 horas, sem analgésicos fortes, provando que idade avançada não é barreira para qualidade de vida restaurada.
O chefe de neurocirurgia do HU-UEPG, Fabio Alex Fonseca Viegas, celebra o marco: “Essa técnica minimamente invasiva corta cicatrizes, dor pós-operatória e tempo de internação pela metade, com alta em 1-2 dias”. Usando endoscópio como um tubo inteligente com câmera, os cirurgiões acessam a coluna sem dissecar tecidos amplos, preservando força muscular. Essa eficiência não só alivia pacientes, mas otimiza leitos hospitalares, ampliando atendimentos no SUS dos Campos Gerais em 30%.
A excelência reside na equipe altamente capacitada, treinada em centros de referência internacionais. “Temos neurocirurgiões com certificações em endoscopia espinhal, oferecendo padrão de clínicas privadas no serviço público”, orgulha-se Viegas. Essa especialização, aliada a equipamentos importados adaptados ao SUS, democratiza inovações que antes eram exclusivas de planos de saúde, elevando o HU-UEPG a referência regional e inspirando replicação em outros estados.
A diretora-geral dos HUs, Fabiana Postiglione Mansani, enfatiza o avanço holístico: “Avançamos em complexidade tecnológica e na formação de equipes, garantindo segurança e conforto”. Cirurgias assim otimizam fluxos hospitalares, reduzindo custos em 40% por paciente e liberando recursos para emergências. Para uma mãe de família operada por hérnia, significa voltar ao lar sem meses de fisioterapia intensiva, fortalecendo laços familiares e a economia local através de retornos laborais ágeis.
“Todo mundo ganha nessa equação”, resume o diretor técnico Marcelo Young Blood. Cirurgiões aprimoram habilidades com tecnologia de vanguarda; pacientes evitam dores crônicas e reabilitações longas; o SUS economiza com internações curtas e retornos produtivos. Incorporada ao rol da ANS em 2021, essa técnica agora é direito universal, marcando o HU-UEPG como pioneiro. Essa inovação não é só médica – é um catalisador de equidade, provando que o SUS pode curar com precisão e humanidade, transformando vidas nos Campos Gerais e além.
Por Pr. Rilson Mota
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