Por Pr. Rilson Mota
CURITIBA – Em um movimento estratégico para proteger a avicultura paranaense, o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta quinta-feira (23) o Decreto 8721, que prorroga por mais 180 dias o estado de emergência zoossanitária no Paraná. A medida, que já havia sido renovada anteriormente, visa intensificar a vigilância e os cuidados preventivos para evitar a entrada de casos de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) no estado.
Medida preventiva e estratégica
Segundo Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), a prorrogação é uma ação preventiva para garantir a continuidade da segurança sanitária no estado. “É importante registrar que essa é uma medida preventiva, precisamos nos manter alertas para proteger a avicultura paranaense, que é vital para a economia do estado e do país”, destacou.
A influenza aviária, uma doença global com ciclos pandêmicos recorrentes, foi detectada pela primeira vez no Brasil em maio de 2023, em aves silvestres. Embora o Paraná não tenha registrado casos em produções comerciais, a ameaça persiste, especialmente com a chegada do inverno no Hemisfério Norte, período em que aves migratórias podem trazer o vírus para o Sul.
Impactos globais e regionais
A gripe aviária é considerada uma das maiores ameaças para o comércio internacional de produtos avícolas. Recentemente, casos em produções comerciais no Chile e na Colômbia aumentaram os alertas em toda a América Latina. No Paraná, o setor avícola é um pilar econômico, representando 19,61% do Valor Bruto de Produção (VBP) do agronegócio estadual, que alcançou R$ 198 bilhões em 2023.
No mesmo ano, o estado exportou mais de 2,171 milhões de toneladas de carne de frango, consolidando-se como o maior produtor e exportador do país. A receita de exportações também cresceu, saltando de US$ 3,7 bilhões em 2022 para US$ 4 bilhões em 2023. “A exportação paranaense de frango não foi afetada, mas o esforço contínuo para evitar surtos em granjas comerciais é essencial para manter essa posição de liderança”, reforçou Dias.
A avicultura paranaense em números
O Paraná é responsável por quase 40% da carne de frango produzida no Brasil e mantém acordos comerciais robustos com dezenas de países. Em 2023, a República da Lituânia destacou-se como um novo parceiro comercial, adquirindo 476 toneladas de carne de frango por US$ 555,6 mil. Outros mercados tradicionais, como China, Japão e União Europeia, continuam sendo destinos prioritários.
Com a ampliação do decreto de emergência, as autoridades sanitárias reforçam a implementação de barreiras de contenção, protocolos de biossegurança e campanhas de conscientização junto aos produtores rurais.
Riscos de propagação
A chegada do inverno no Hemisfério Norte e a consequente migração de aves silvestres para o Sul do Brasil aumentam os riscos de disseminação do vírus. Embora o Paraná não tenha registrado casos em granjas comerciais, os especialistas destacam que a vigilância precisa ser mantida em alto nível.
“O contato entre aves silvestres e criações comerciais é o principal vetor de contaminação. Por isso, é fundamental que os produtores reforcem as medidas de biossegurança, como isolamento e monitoramento constante das aves”, explicou Dias.
Ações integradas
A Adapar tem desempenhado um papel central na execução de ações preventivas, com apoio de outras instituições do estado. Entre as principais iniciativas estão:
- Monitoramento de aves silvestres e migratórias.
- Reforço nas barreiras sanitárias em áreas de alto risco.
- Treinamento de profissionais para detecção e resposta rápida a surtos.
Além disso, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento trabalha em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para alinhar estratégias de combate à influenza aviária em nível nacional.
O impacto econômico
A avicultura é um dos setores mais dinâmicos do agronegócio paranaense, gerando empregos diretos e indiretos em diversas cadeias produtivas. Qualquer impacto sanitário significativo poderia comprometer não apenas a economia local, mas também a confiança dos mercados internacionais.
“A proteção da avicultura vai além de uma questão econômica, é também uma responsabilidade sanitária e ambiental. Precisamos assegurar que o Paraná continue sendo referência em qualidade e segurança na produção de proteína animal”, afirmou Dias.
O caminho à frente
Com a ampliação do decreto de emergência zoossanitária, o Paraná reafirma seu compromisso com a segurança sanitária e a preservação de um setor que é essencial para sua economia. Enquanto o estado lidera o mercado nacional de carne de frango, as autoridades destacam que a colaboração dos produtores e o cumprimento rigoroso das normas de biossegurança serão fundamentais para evitar possíveis surtos.
Em um cenário global de incertezas sanitárias, a postura preventiva do Paraná serve como modelo para outros estados e países. “Estamos demonstrando que a prevenção é o caminho mais eficaz para proteger nossa economia e nossa população”, concluiu o chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar.
A vigilância continua, e o Paraná permanece em alerta, determinado a garantir a sustentabilidade de sua avicultura e sua posição de liderança no mercado global.
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