Por Pr. Rilson Mota
Na noite de sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025, e madrugada do dia 8, o litoral paranaense foi acometido por uma tempestade que parecia não ter fim. As chuvas torrenciais trouxeram consigo um cenário de caos, mas também de solidariedade e ação. O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, em conjunto com a Defesa Civil, montou uma operação de resgate e apoio que envolveu mais de 100 homens e várias aeronaves, transformando a adversidade em um exemplo de resposta coordenada e eficiente.
A força-tarefa contou com mais de 50 bombeiros militares distribuídos em sete equipes, trabalhando lado a lado com servidores municipais e 13 profissionais do Samu. Além disso, 50 policiais militares reforçaram a operação na área afetada. O Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) foi um aliado crucial, junto com outras forças de segurança e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), para garantir que nenhuma vida fosse deixada para trás.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior, atento à situação, demonstrou engajamento pessoal ao se comunicar com os prefeitos da região e enviar o secretário de Segurança Pública, Hudson Teixeira, para comandar as operações no local. “Para intensificar os trabalhos foram deslocados dois helicópteros da Polícia Militar e um da Polícia Civil”, afirmou o governador, destacando a importância de uma resposta rápida e eficaz.
Hudson Teixeira, no comando dos esforços, descreveu a integração das equipes desde a madrugada, com sobrevoos constantes para avaliar a situação. “A região mais afetada é o bairro de Cubatão, em Guaratuba, onde há algumas pessoas ilhadas. Estamos estudando a necessidade de montar um posto de comando próximo, já que o local é de difícil acesso, apenas com o uso de barcos”, explicou, mostrando que a estratégia de ação é tão importante quanto a ação em si.
O secretário também assegurou que novos sobrevoos seriam realizados para manter a situação sob controle, com barcos prontos para resgates imediatos. “Agora estamos organizando um plano de ação mais detalhado para essa crise para garantir um suporte rápido”, afirmou, demonstrando a preocupação com uma resposta de longo prazo para a crise.
O governador Ratinho Júnior, preocupado com o bem-estar das vítimas, instruiu que fossem distribuídos água e cestas básicas para garantir que ninguém passasse necessidade. “O governador Ratinho Júnior determinou apoio à população com água e cestas básicas para que não falte nada para as pessoas afetadas”, destacou o secretário, indicando que a resposta vai além do resgate, abrangendo também o suporte vital.
Nas cidades afetadas, a situação variava. Em Antonina, os bairros do Cedro e Ponta da Pita foram os mais prejudicados, com cerca de 55 casas atingidas, mas sem desalojados ou desabrigados. Em Morretes, a chuva afetou regiões como Marta, Floresta, Rio Sagrado, entre outras, resultando em 90 pessoas desalojadas ou desabrigadas. A cidade também recebeu alertas de Cell Broadcast pela primeira vez, mostrando a evolução no sistema de alerta de emergências.
Paranaguá enfrentou problemas na Colônia Pereira e Alexandra, mas sem desalojados ou desabrigados. A Defesa Civil começou o levantamento de danos após a água baixar. Guaratuba, no entanto, viveu a situação mais crítica, especialmente na área rural de Cubatão, onde várias casas e a subprefeitura foram alagadas.
Uma história de alívio ocorreu com 13 estudantes que voltavam para casa em Guaratuba após o turno da noite. Seu micro-ônibus ficou ilhado no bairro Cubatão devido à subida das águas. Sem sinal de internet ou telefonia, o resgate só foi possível na manhã seguinte, com uma embarcação e uma aeronave localizando o veículo. Graças à ajuda de um pai que conseguiu passar com seu veículo e à água recuando, todos os estudantes foram resgatados e estão seguros.
O Simepar, com seus dados precisos, reportou volumes de chuva impressionantes. Morretes registrou 276,2 mm, Antonina 171,8 mm, Paranaguá 144,4 mm, Guaraqueçaba 173,8 mm, Matinhos 170,6 mm e a Serra do Mar, na BR-277, acumulou 282,4 mm. A previsão apontava para uma redução na intensidade da chuva, com expectativa de tempo mais firme no domingo e início da semana mais seco.
As rodovias também sofreram com a tempestade. A Serra do Mar teve dois deslizamentos na BR-277, mas já conta com desvios. Na PR-508 e PR-407, houve alagamentos que bloquearam o tráfego, mas ambos os trechos foram liberados rapidamente pela concessionária EPR e PRF, mostrando a agilidade na resposta de infraestrutura.
A Sanepar, atenta às necessidades básicas, anunciou o envio de 20 mil copos de água para Morretes e a disponibilização de um caminhão-pipa, reforçando o apoio humanitário.
Esta operação no litoral paranaense não foi apenas uma resposta a uma crise; foi uma demonstração de como a união e a eficiência podem transformar tragédias em histórias de superação. Cada ação, desde o resgate até o suporte com suprimentos, revela o compromisso de um estado com a vida de seus cidadãos.
Para quem precisasse de ajuda, os números de emergência estavam à disposição: Defesa Civil no 199 e Corpo de Bombeiros no 193, mostrando que, mesmo nos momentos mais escuros, há uma luz de esperança e ajuda pronta para brilhar.
Este evento, embora trágico, colocou em evidência a força do espírito comunitário e a importância da preparação e resposta rápida em situações de emergência. O litoral do Paraná, conhecido por sua beleza, agora também é reconhecido pela resiliência de sua população e pela eficácia de suas instituições.
A recuperação será um processo contínuo, mas com as ações empreendidas, o caminho para a normalidade foi traçado com determinação e cuidado. A solidariedade, a tecnologia e a coordenação de esforços provaram ser armas poderosas contra as adversidades naturais, deixando uma lição de que, juntos, podemos enfrentar e superar até as tempestades mais severas.
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