Por Pr. Rilson Mota
No coração administrativo do Paraná, um anúncio que reverbera além das paredes do governo foi feito nesta quarta-feira, 5 de fevereiro. O governador Carlos Massa Ratinho Junior, em um movimento estratégico para fortalecer a segurança pública, anunciou a aquisição de 93 cães para reforçar os trabalhos das polícias e do Corpo de Bombeiros do estado. Este investimento, orçado em R$ 5,5 milhões, foi detalhado em um edital lançado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), marcando um novo capítulo na luta contra o crime e no socorro a vítimas de desastres.
O governador Ratinho Junior destacou que a compra destes animais não é um fim em si mesmo, mas parte de um plano mais amplo de modernização e reforço das forças de segurança. “Esse é um complemento do trabalho dos nossos policiais, pois os cães são muito eficientes não apenas no policiamento ostensivo, mas também no combate ao tráfico de drogas, no socorro a vítimas de desastres e em ações de fiscalização”, explicou, enfatizando a importância dos cães em diversas operações que vão desde a busca por pessoas desaparecidas até a detecção de substâncias ilícitas.

O Paraná, segundo Ratinho Junior, possui atualmente um dos menores índices de criminalidade nos últimos 17 anos, um resultado que ele atribui a uma série de estratégias, incluindo o reforço estrutural das forças de segurança. “O Paraná vive o menor índice de criminalidade nos últimos 17 anos, fruto dessa estratégia de reforço estrutural e de valorização das forças de segurança pública, o que passa pelo aumento de 50% no efetivo de cães de faro à disposição dos policiais e bombeiros do Estado”, ele adicionou, ressaltando que a aquisição de cães é uma medida que se soma a outras aquisições como helicópteros, viaturas e armamentos.
Atualmente, a Sesp conta com cerca de 200 cães distribuídos pelo estado, servindo a diferentes unidades e operações. Estes animais têm sido fundamentais no trabalho da Polícia Militar, especialmente no Batalhão de Polícia de Choque e no Batalhão de Polícia Rodoviária, além de atuarem com o Corpo de Bombeiros e em operações da Polícia Científica, Polícia Penal e Polícia Civil, especificamente no Núcleo de Operações com Cães. No Corpo de Bombeiros, os cães pertencem ao Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost), onde desempenham funções críticas em emergências.
O secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, durante o anúncio, destacou a importância dos cães na elevação dos índices de segurança e em situações de emergência. “Os cães têm ajudado os policiais paranaenses a baterem recordes de apreensão de drogas no Estado, assim como na localização de criminosos”, disse. Ele também mencionou o papel dos cães do Gost em missões humanitárias fora do Paraná, como no Rio Grande do Sul, onde ajudaram no salvamento de vítimas após desastres naturais.

A atuação dos cães é diversificada, aproveitando sua capacidade olfativa excepcional. Eles são empregados na detecção de drogas e explosivos, em fiscalizações de veículos em estradas, no salvamento de vítimas de desastres e na busca por pessoas desaparecidas. Além disso, os cães atuam em operações de controle de multidões e patrulhamento, onde sua presença dissuade atividades criminosas e proporciona apoio tático aos agentes de segurança.
Dentre os 93 animais previstos no edital, 78 serão fornecidos já adultos, com idades entre 12 e 36 meses, e devidamente treinados para suas funções específicas. Já os outros 15 serão filhotes, destinados ao treinamento para atividades que incluem a busca por pessoas, entorpecentes, armas e munições. Esta estratégia visa tanto à imediata operacionalidade quanto ao desenvolvimento de novos talentos caninos.
As raças selecionadas para este programa são escolhidas com base nas características necessárias para as diferentes funções. Os pastores alemão, belga e holandês, bracos alemão, húngaro, de avergne e francês, retriever do labrador, beagle, bloodhound, border collie, weimaraner, blue heeler e red heeler estão entre as raças que serão adquiridas, cada uma com suas habilidades específicas que se alinham às demandas das forças de segurança.
Major Cecílio Campiolo, diretor Estrutural da Sesp, explicou que o edital foi elaborado considerando a capacidade de treinamento das corporações. “Algumas corporações já contam com policiais treinados e capacitados para treinar os cães, enquanto outras ainda não têm esse profissional e precisam de um animal que já esteja treinado e pronto para atuação”, disse ele, justificando a decisão de adquirir tanto cães adultos quanto filhotes.

A aquisição será feita através de uma ata de registro de preço com empresas credenciadas em um pregão eletrônico, permitindo uma compra gradativa e organizada. Os novos cães serão distribuídos em dez lotes ao longo de um ano, com a possibilidade de prorrogação, proporcionando tempo para que a Sesp faça as adequações necessárias em suas estruturas e treine mais policiais para trabalhar com esses animais.
O processo de aquisição é resultado de estudos internos da Sesp, que também observaram práticas de outras forças policiais no Brasil e ao redor do mundo. “Esta é uma evolução em relação aos procedimentos anteriores, quando eram adquiridas matrizes para reprodução, além do recebimento de cães doados, o que representava um processo mais demorado para termos os animais aptos a atuar. Com este contrato, temos mais garantias legais em relação ao emprego dos animais e um uso mais eficiente dos recursos públicos”, declarou Campiolo, ressaltando a eficiência do novo método.
Em um movimento que demonstra a valorização do trabalho policial com cães, no ano anterior, o governador Ratinho Junior assinou um decreto criando a Companhia Independente de Operações com Cães (CIOC). Esta unidade, antes ligada ao Batalhão de Polícia de Choque, agora é subordinada diretamente ao Comando de Missões Especiais (CME) da Polícia Militar do Paraná, indicando uma elevação na importância estratégica das operações caninas.
Localizada em Curitiba, a CIOC administra o Canil Central da PMPR no bairro Pilarzinho, onde 28 cães já atuam em diversas modalidades, como detecção de explosivos, drogas e armas, além de busca e captura de criminosos. O comandante interino da Companhia, capitão Marcelo Hoiser, vê a aquisição de novos cães como um fortalecimento significativo na luta contra o crime. “Tanto para nós quanto para a população do Paraná significa um grande avanço. Embora a criação própria seja extremamente necessária, quando você adquire um cão pronto aos moldes do que está sendo feito agora, você tem um ganho enorme de eficiência”, destacou.
Hoiser também apontou como operações em terminais rodoviários se beneficiam enormemente da presença de cães. “É o tipo de operação que uma equipe sem cães é difícil de executar, onde você teria que revistar bagagem por bagagem, e os cães são mais assertivos”, ele acrescentou, sublinhando a rapidez e precisão que os cães trazem para a segurança pública.
A PMPR espera receber 53 cães em um ano, inicialmente para substituir aqueles que se aposentarão em 2025 e 2026. Após um período de avaliação de 30 dias, esses animais estarão prontos para entrar em operação, contribuindo para a continuidade dos serviços de segurança sem interrupção.

O capitão Hoiser reforçou a indispensabilidade dos cães nas forças de segurança. “Os cães atualmente são uma ferramenta indispensável. A humanidade não conhece outro recurso que possa ser empregado por forças de segurança melhores do que os cães para ajudar a elucidar crimes, localizar drogas, pessoas, armas e explosivos. Mesmo com o avanço tecnológico que se tem, e até mesmo fora do Brasil, a melhor ferramenta disponível ainda é o cão”, ele complementou, destacando a superioridade desta parceria milenar entre homem e cão.
Para os filhotes adquiridos, o treinamento será uma longa jornada de aprendizado e vínculo. Policiais formados, inclusive pela CIOC, iniciarão o adestramento com brincadeiras simples, evoluindo para estímulos específicos conforme a função futura do animal. Para um cão destinado ao controle de multidões, por exemplo, o treinamento começa com a exposição a pequenos estampidos, enquanto um cão de busca e captura aprenderá a seguir trilhas de petiscos e ração desde o sexto mês de vida.
No caso dos cães de faro para drogas e armas, o treinamento envolve a busca por brinquedos fora do campo visual do animal, incentivando o desenvolvimento de seu sentido olfativo. Este processo de treinamento é não apenas técnico, mas também uma construção de relacionamento, onde o cão e o condutor formam uma equipe coesa e eficiente.
Além da aquisição e criação da CIOC, a Sesp está explorando um modelo inspirado nas polícias dos Estados Unidos, conhecido como K9. Este sistema propõe que os cães vivam com seus condutores, fortalecendo o vínculo entre ambos e permitindo um treinamento contínuo mesmo fora do horário de serviço. “Esse modelo é conhecido por fortalecer o vínculo entre o policial e o cão, além de permitir um treinamento contínuo de disciplina mesmo fora do serviço e proporcionar mais bem-estar ao animal devido ao contato mais constante com os humanos”, explicou um representante da Sesp.
A implementação do modelo K9 promete trazer benefícios adicionais, como a redução do estresse dos animais, que passam a viver em ambientes mais familiares, e a melhora na resposta operacional, já que os cães estarão sempre em contato com seus condutores, criando uma dinâmica de trabalho mais integrada e eficiente.
O investimento em cães de trabalho é um testemunho da visão estratégica do governo paranaense em utilizar todos os recursos disponíveis para garantir a segurança de seus cidadãos. Este não é apenas um reforço quantitativo das forças de segurança, mas também uma declaração de que o Paraná está disposto a inovar e a adotar práticas de excelência para manter a paz e a ordem.
O anúncio também reflete uma preocupação com o bem-estar dos animais, reconhecendo que cães bem tratados e integrados são mais eficientes em suas tarefas. A Sesp, ao adotar estas medidas, mostra que a segurança pública transcende a mera aplicação da lei; trata-se de construir uma sociedade onde a proteção é uma parceria entre homens e animais, baseada em respeito e cuidado mútuo.
Os próximos passos incluem a implementação das novas estruturas para receber e treinar os cães, a capacitação de mais condutores e a adaptação das instalações para assegurar que os animais tenham um ambiente propício para crescer, treinar e trabalhar. Este é um projeto que vai além do ano fiscal; é um investimento na cultura da segurança, na valorização da vida e no reconhecimento de que a tecnologia e a tradição podem caminhar de mãos dadas.
Os cães, com suas habilidades únicas, tornar-se-ão ainda mais parte integrante da comunidade de segurança do Paraná, não apenas como ferramentas de trabalho, mas como membros de uma equipe que se dedica à proteção e bem-estar dos cidadãos. Este é um momento de celebração para os amantes de animais e defensores da segurança pública, que veem neste anúncio um compromisso renovado com a excelência operacional.
O processo licitatório é apenas o começo. Com a entrega dos cães, começa uma nova era onde cada animal pode ser o protagonista de uma operação que salva vidas, captura criminosos ou detecta perigos antes que eles se materializem. A segurança no Paraná está prestes a ganhar um reforço que late, fareja e protege, firme ao lado daqueles que juraram defender a paz.
A comunidade paranaense, com este anúncio, pode respirar mais tranquilamente, sabendo que as forças de segurança estão se equipando com algumas das ferramentas mais eficazes e leais que a natureza nos proporciona. Os cães, com sua dedicação incondicional, estão prestes a escrever novos capítulos na história da segurança pública do estado.

A aquisição de cães é também um sinal para o futuro, um futuro onde a segurança pública é vista como um ecossistema, onde cada elemento, de tecnologia a treinamento e agora, a unidades caninas, trabalha em harmonia para criar uma sociedade mais segura. O Paraná, com este movimento, dá um exemplo de como a inovação pode ser aplicada mesmo em áreas tradicionais como a segurança.
Cada cão que entra em serviço é uma promessa de proteção, uma esperança de resolução, uma oportunidade de salvar vidas. Este não é apenas um investimento em segurança; é um investimento em humanidade, na confiança de que juntos, humanos e seus leais companheiros caninos, podemos construir um estado mais seguro, mais justo e mais humano.
Em resumo, o Paraná está expandindo seus horizontes na segurança pública com a inclusão de novas unidades caninas, um projeto que vai além da simples aquisição de animais; é um compromisso com a excelência, com a inovação e com o amor pelos seres que nos protegem, os cães. É uma nova era onde a segurança pública se une à compaixão, à dedicação e ao trabalho em equipe para o bem-estar de todos os paranaenses.
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