Após o Ministério da Saúde suspender a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos contra a Covid-19, a reclamação de pais e responsáveis foi endossada pelo prefeito de Curitiba, Rafael Greca. Nas redes sociais, o prefeito lamentou o fato de não iniciar a imunização desta faixa etária e disse estar contrariado com a decisão federal. Outras 20 capitais, mais o Distrito Federal, decidiram continuar vacinando os jovens.
Cobrado por um seguidor nas redes sociais na tarde deste domingo, o prefeito postou: “Estamos lutando por isso! Não produzimos imunizantes”.
No Facebook, outros seguidores da página do prefeito já haviam levantado questões sobre o tema. “Eu vou protestar todos os dias. Pode não adiantar nada, mas ficar calada eu não fico. Pelos meus filhos e por todos os adolescentes deste país que precisa acordar, eu preciso protestar. Se todos, que não concordam com essa decisão absurda de não vacinar os adolescentes, se todos os pais e familiares que tem um adolescente em casa que deseja fazer a vacina se manifestar, a força aumenta. Não posso aceitar que os nossos filhos não tenham direito de receber a vacina. Postem! Reclamem por todos nós!”, escreveu a internauta numa postagem que tratava originalmente de um concerto da Orquestra de Câmara de Curitiba.
Ao ter o nome marcado juntamente com o do governador Ratinho Junior, Greca respondeu que também está contrariado com a decisão. “A Pfizer tem a exclusividade da vacina para adolescentes. Não é disponível a não se para jovens com comorbidades. Estamos contrariados esperando que o Governo Federal do Brasil nos ouça. “, comentou o prefeito de Curitiba. O Ministério da Saúde recomenda apenas a vacinação de adolescentes, entre 12 e 17 anos, com comorbidades. Já a própria Anvisa manteve a orientação de vacinação de jovens com o imunizante da Pfizer.
MS pediu a suspensão da vacina em adolescentes
Na quinta-feira (16), o Ministério da Saúde recomendou a suspensão da vacinação a de adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades. As novas diretrizes pegaram de surpresa estados e municípios que já haviam começado ou estavam prestes a imunizar essa faixa etária. A prefeitura de Curitiba informou que seguirá a orientação do ministério.
No Paraná, poucos municípios atenderam esse público e a Secretária Estadual de Saúde (Sesa) aguardava a chegada de imunizantes para oficializar a campanha. Em nota, a Sesa reforçou que está seguindo o Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“O Paraná não iniciou oficialmente a vacinação de adolescentes, pois as doses que serão destinadas para este público serão carimbadas pelo Ministério da Saúde e não chegaram ao Estado. A Sesa está seguindo rigorosamente o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e qualquer iniciativa que esteja desalinhada com suas diretrizes implica em desorganização da estratégia de vacinação”, diz a nota.
Na sexta-feira, o secretário de saúde do Paraná, Beto Preto, afirmou que estava dialogando com outros secretários estaduais de saúde para tentar mudar a postura do Ministério da Saúde sobre a vacinação deste grupo.
A orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a vacina seja aplicada em adolescentes quando a cobertura vacinal estiver alta nos grupos prioritários. Uma das alegações do governo federal tem a ver com os efeitos da vacina da Pfizer/BioNTech, única liberada pela Anvisa para vacinar os menores de idade. Uma adolescente de 16 anos morreu após ser imunizada em São Paulo, mas as investigações descartaram relação de causa e efeito pela vacina, relacionando o óbito a uma doença grave e rara autoimune.