O Ministério Público do Paraná (MPPR) apresentou uma denúncia criminal contra um ex-presidente da Câmara Municipal de Cornélio Procópio (gestão 2021-2022), quatro servidores públicos e o sócio-administrador de uma empresa de arquitetura. A ação, oferecida pela 2ª Promotoria de Justiça de Cornélio Procópio, expõe um esquema de fraude em uma contratação direta de serviços de reparação predial no imóvel da Câmara Municipal, que ocorreu entre novembro e dezembro de 2021. A denúncia, já aceita pelo Judiciário, tramita na Vara Criminal da Comarca.
As investigações revelaram uma série de irregularidades no processo licitatório. O grupo, composto por membros da comissão permanente de licitação, teria manipulado as etapas do processo para beneficiar uma empresa específica, contratada sem licitação por R$ 32.500. Entre as ilegalidades apontadas estão a ausência de termo de referência — documento que especifica os serviços e materiais necessários —, a manipulação de propostas de orçamentos para eliminar concorrentes, a falta de vistoria dos serviços executados e até o superfaturamento de materiais. A operação levantou suspeitas quando inconsistências foram detectadas no pagamento das notas fiscais, o que motivou uma investigação mais aprofundada.
O caso revela um padrão preocupante na administração pública. Enquanto presidentes de câmaras e vereadores deveriam zelar pelo bem público, situações como essa apenas reforçam a desconfiança da população na gestão pública local. A legislação prevê pena de reclusão de quatro a oito anos e multa para o crime de contratação direta ilegal, segundo o Art. 337-E do Código Penal, uma sanção que visa combater a corrupção nos órgãos públicos. No entanto, a frequência de casos semelhantes em câmaras municipais de todo o país expõe a fragilidade dos mecanismos de fiscalização e a necessidade de uma reforma mais rigorosa nos processos de contratação.
A corrupção no setor público precisa ser combatida de maneira incisiva. Presidentes de câmaras e vereadores são representantes diretos da população e, como tal, devem ser exemplos de integridade. Quando esses representantes se envolvem em esquemas de corrupção, desviam recursos que deveriam ser usados para melhorar a infraestrutura e os serviços públicos, prejudicando diretamente os cidadãos que mais dependem dessas melhorias. Esse caso em Cornélio Procópio destaca a importância de um controle mais rígido sobre os processos licitatórios e de uma postura firme contra práticas ilícitas que lesam o interesse público e corroem a confiança na administração pública.
Por Pr. Rilson Mota
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