Para o governador, impacto da ômicron no Paraná precisa ser avaliado, antes que se tome uma decisão sobre o fim de medidas sanitárias com eficácia comprovada.
Governador Ratinho Junior avalia impactos da nova variante no Paraná — Foto: Reprodução/RPC
Se no dia cinco de novembro o governador do Paraná, Ratinho Junior, considerou a possibilidade da retirada de obrigatoriedade do uso de máscara no Natal, 25 dias depois o cenário é diferente.
Segundo ele, o surgimento da nova variante do coronavírus, a ômicron, e as dúvidas sobre o impacto dela, fazem com que o momento seja de ter mais paciência.
Reportada na semana passada pelo centro de vigilância da África do Sul, a nova variante ainda é pouco conhecida por cientistas e pesquisadores, mas apresenta muitas mutações e causou um aumento de casos no continente africano.
Os cientistas investigam se ela pode diminuir a eficácia das vacinas.
Conforme o governador afirmou, na segunda-feira (29), a intenção era retirar a obrigatoriedade de máscara como um presente do Natal, porém a realidade hoje é outra e medidas sanitárias, com eficácia comprovada, precisam ser mantidas.
“Seria o presente que queríamos dar, porque a máscara, embora estejamos adaptados, incomoda um pouco, mas a decisão na área da Saúde precisa ser dada com cautela. Vou pedir um pouco mais de paciência à população”, afirmou.
De acordo com Ratinho Junior, a expectativa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) é que essa nova variante não venha ao Paraná de maneira tão forte, por conta do alto índice de vacinação, e da atitude da população, que faz a parte dela nos cuidados sanitários.
“O que a gente vê é que a população do Paraná, de forma voluntária, se cuida e usa a máscara, mesmo em local aberto. Temos que aguardar o cenário mundial para tomar uma decisão sobre isso. Se a gente puder tirar a máscara com mais confiança, é melhor”, pontuou o governador.
Boletim divulgado pela Sesa aponta que, até esta segunda-feira (30), o Paraná soma 1.572.312 casos confirmados e 40.563 mortos pela Covid-19.
Monitoramento de viajantes
A Sesa monitora seis pessoas que desembarcaram no Paraná e estavam no voo com um brasileiro, com passagem pela África do Sul, que testou positivo para a Covid-19 no domingo (28).
O Ministério da Saúde investiga se o paciente, que apresenta sintomas leves, está contaminado com a variante ômicron, originária do continente africano e que preocupa os cientistas pelo número de mutações.
Obrigatoriedade
O uso de máscaras é obrigatório no Paraná desde o dia 28 de abril de 2020. A Lei nº 20.189 prevê multa em caso de descumprimento. A penalização varia entre R$ 106 e R$ 530 para pessoas físicas, e entre R$ 2.120 e R$ 10.600 para empresas.
Ponta Grossa
No Paraná, a prefeitura de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do estado, publicou um decreto com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços abertos. Desde segunda-feira (1°), segundo decreto municipal, o item passou a ser opcional, “a critério [da população] e condição sanitária”.
Contudo, apesar do decreto, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) afirmou que a medida não tem validade pois “sempre vale a medida mais restritiva, neste caso, o decreto estadual, além do uso ser obrigatório por lei no Paraná”.
Por g1 PR e RPC Curitiba — Curitiba