Deterioração no acesso a mantimentos ocorreu após bloqueios na passagem ao noroeste da Síria
A guerra da Síria tornou mais de 13,4 milhões de pessoas dependentes de ajuda humanitária para sobreviver, alertou o enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) no país, Geir Pedersen.
Segundo ele, é urgente que os grupos armados mantenham aberta a passagem no noroeste para a chegada de alimentos, medicamentos e outros itens de socorro à população. A passagem através de Bab al-Hawa foi autorizada por uma resolução do Conselho de Segurança que expira em 10 de julho.
Quase um terço das pessoas assistidas pela ajuda do Programa Mundial de Alimentos vive na Síria. Segundo a ONU, os níveis de insegurança alimentar do país são os piores desde o início do conflito, em 2011.
Atualmente, 12,4 milhões de pessoas não têm o suficiente para comer, o que representa quase 60% da população e um aumento de 4,5 milhões de pessoas em apenas um ano. O preço dos alimentos segue disparando.
No ano passado, o acréscimo foi de 247%, com famílias inteiras sendo lançadas na pobreza. A situação no noroeste é pior, com mais de 70% das pessoas precisando de assistência humanitária para sobreviver e quase 3 milhões de deslocados.
Assistência
Pedersen disse que as conversações para uma solução do conflito devem continuar. Ele mesmo tem mantido contato com representantes de Rússia e EUA, o que ocorreu antes do Encontro de Cúpula de Genebra sobre o tema.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou que está dialogando com a Turquia e outros grupos que controlam a área. Nesta sexta (25), o Programa Mundial de Alimentos informou que mais de mil caminhões com comida, medicamentos e outros itens passam por de Bab al-Hawa mensalmente desde 2020.
Guterres pediu aos membros do Conselho que haja um consenso para autorizar o transporte por mais um ano. “A falha em alcançar esse resultado terá consequências arrasadoras para os sírios”, disse.
A guerra na Síria, que começou em 2011, causou a maior operação humanitária da ONU no mundo, com uma conta de US$ 10 bilhões para apoiar as pessoas afetadas no país e na região.