O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou na madrugada desta quinta-feira, 24, uma operação militar especial na Ucrânia. O Exército russo não desferiu ataques apenas contra Luhansk e Donetsk, regiões separatistas localizadas no leste do país vizinho. Pelo contrário. O Kremlin lançou mísseis em diversas cidades ucranianas, como Carcóvia, Mariupol, Crimeia, Odessa e Kiev, a capital. As potências ocidentais, por sua vez, assistem à cena.
Mas quais são as reais intenções de Putin com a Ucrânia? Isso está expresso em seus pronunciamentos oficiais. Em artigo publicado em julho do ano passado, por exemplo, o líder russo destacou que o objetivo do Kremlin é unir novamente Rússia e Ucrânia, como nos tempos da União Soviética.
“Em primeiro lugar, gostaria de enfatizar que a barreira que surgiu recentemente entre Rússia e Ucrânia representa, em minha mente, uma tragédia comum”, diz um trecho. “Essa situação é consequência de nossos próprios erros, em diferentes épocas. Mas também resulta de esforços deliberados das forças que sempre tentaram minar nossa unidade.”-Publicidade-
E vai além. “Na essência, os círculos de poder ucranianos decidiram justificar a independência de seu país pela negação do passado”, diz um trecho.
Putin destacou ainda as consequência do conflito para as populações da região de Donbass. “O que há de mais desprezível é que os russos na Ucrânia estão sendo forçados não apenas a negar suas raízes e gerações de antepassados, mas também a crer que a Rússia é sua inimiga”, argumentou. “Mais e mais, convenço-me disto: Kiev simplesmente não precisa de Donbass. Por quê? Porque os habitantes dessas regiões jamais aceitarão a ordem que estão lhes impondo à força, com ameaças e bloqueios.”
O Ocidente também foi alvo do presidente russo. “Os autores ocidentais do projeto anti-Rússia desenharam o sistema político ucraniano de tal forma que presidentes, ministros e parlamentares podem mudar, mas a postura de inimizade e separação em relação à Rússia permanece”, afirmou. “No projeto anti-Rússia, não há espaço para uma Ucrânia soberana, ou para forças políticas que tentam defender sua verdadeira independência.”
Putin ressalta, por fim, sua intenção de unir Rússia e Ucrânia. “Respeitamos o desejo dos ucranianos de viver num país livre, seguro e próspero”, escreveu. “Estou seguro de que a verdadeira soberania da Ucrânia só é possível em parceria com a Rússia. Nossos laços espirituais se formaram ao longo dos séculos, têm origem nas mesmas fontes, solidificaram-se com os desafios, as realizações e as vitórias comuns. Juntos, sempre fomos e seremos mais fortes e bem-sucedidos. Pois somos um povo só.”
Fonte: Revista Oeste