Em artigo publicado na Edição 62 da Revista Oeste, o colunista Rodrigo Constantino explica as razões por que o Chile, símbolo de estabilidade numa região que quase sempre optou por políticas de Estado grande, corre o risco de rumar para o fiasco econômico.
Leia um trecho
“Quando o Chile aprovou em plebiscito realizado em outubro do ano passado uma Assembleia Constituinte para mudar sua Constituição, escrevi um artigo alertando para o perigo que o país corria, e que isso abria espaço para mudanças revolucionárias negativas. À época, o presidente Sebastián Piñera afirmou que “a cidadania e a democracia triunfaram” em seu país. Ele acrescentou: “Hoje demonstramos novamente a natureza democrática, participativa e pacífica do espírito dos chilenos e da alma das nações honrando nossa tradição de República”.
Há controvérsias. Na verdade, muitos querem “se vingar” do fato de a Constituição atual ser legado do regime Pinochet. Esse foi um dos pretextos das manifestações violentas que tomaram e incendiaram as ruas de Santiago antes, e que criaram o clima para a alteração constitucional. Piñera cedeu à pressão da esquerda radical, eis o fato. E, como eu concluí na ocasião, é ingenuidade imaginar que não teremos mudanças populistas no processo.”