Por Pr. Rilson Mota
Na madrugada de 26 de fevereiro de 2025, o bairro Morro Alto, em Guarapuava, tornou-se o cenário do terceiro caso de violência contra a mulher registrado em um único dia — um marco sombrio que pesa como chumbo na consciência da cidade. Às 02h06min, o telefone de emergência 190 tocou com o desespero de uma jovem de 29 anos, que relatou estar sob ameaça de morte do próprio marido, um homem da mesma idade, armado com uma faca e disposto a transformar o lar em ruínas. Até quando vamos noticiar essas histórias, leitor?
A vítima, com a voz cortada pelo medo, descreveu um pesadelo que começou dentro de casa. O marido, tomado por uma fúria que não se explica, brandiu a faca como se fosse juiz e carrasco, prometendo acabar com a vida dela enquanto quebrava móveis — estilhaços de madeira e vidro que refletiam o caos que ele impunha. Ela conseguiu escapar para as proximidades da residência, um refúgio temporário de quem já não suportava o peso da violência.
Quando a Polícia Militar chegou, a jovem estava fora de casa, tremendo, mas firme ao confirmar cada palavra dita ao 190. O agressor, ainda dentro da residência, transformara o espaço que deveria ser sagrado em um campo de destruição. As ameaças de morte, gritadas entre os destroços, eram o eco de uma brutalidade que Guarapuava conhece bem demais — o terceiro caso em menos de 24 horas, após Morro Alto e Jardim das Américas já terem registrado suas próprias tragédias.
Os policiais entraram em ação com a determinação que a situação exigia. O homem de 29 anos, que usou a faca como cetro de poder, foi detido — uma prisão que interrompeu, ao menos por ora, o terror que ele infligia. Levado à Delegacia de Polícia Judiciária junto com a vítima, ele agora enfrenta as consequências legais, mas o rastro de medo e móveis quebrados não some com algemas.
Esse é o terceiro ato de violência contra a mulher que contamos hoje em Guarapuava. Antes, uma jovem de 19 anos levou um chute no rosto no bairro Morro Alto; depois, duas irmãs foram ameaçadas em Jardim das Américas. Até quando? A pergunta é um soco no estômago, porque cada caso é uma prova de que a cidade está sangrando, refém de uma epidemia que não dá trégua às mulheres que ousam viver, amar ou simplesmente dizer “não”.
No bairro Morro Alto, com suas ruas simples e famílias que batalham o dia a dia, não merece essa sina. A vítima de 29 anos, fugindo para fora de casa enquanto o marido destruía tudo, é o retrato de uma luta desigual que se repete — um padrão de brutalidade que já vimos nos bairros Bonsucesso, São Cristóvão, e agora, pela terceira vez em um dia, aqui. A faca na mão dele não era só uma arma; era o símbolo de uma violência que corta fundo na alma da cidade.
Aos leitores do Amor Real Notícias, entregamos essa história com o peso que ela carrega: é o terceiro relato de hoje, e cada um nos pergunta até quando vamos contar essas tragédias como se fossem rotina. A polícia age, prende, mas o ciclo não quebra — e não vai, enquanto a sociedade aceitar que homens transformem amor em ameaça e casas em escombros.
Essa epidemia tem que ser contida. Não é só sobre facas ou móveis quebrados; é sobre vidas que merecem paz e não encontram. Guarapuava precisa de mais que prisões — precisa de leis que punam sem dó, de apoio que chegue antes do grito, e de uma mudança que arranque essa violência pela raiz. A jovem de 29 anos escapou, mas a próxima pode não ter essa chance.
O Brasil já conhece esse roteiro: em anos recentes, milhares de mulheres enfrentaram o mesmo medo, e 2025 não está diferente. Em Guarapuava, esse terceiro caso do dia é um alerta que não podemos ignorar. A vítima de Morro Alto é uma sobrevivente, mas sua história é um pedido de socorro que ecoa por todas as que vieram antes — e as que tememos vir depois.
Chega de contar até três. Guarapuava não pode ser a cidade onde o dia termina com mais uma mulher ameaçada. Que o Amor Real Notícias seja a voz que não se cala, que os móveis quebrados sejam o último som dessa violência, e que a justiça, a educação e a coragem nos tirem desse ciclo. Até quando vamos noticiar? Até que parem de acontecer — e isso começa agora, com todos nós.
Amor Real Notícias: Informando com responsabilidade e compromisso com a verdade.
Acompanhe nossas atualizações nas redes sociais e fique bem informado:
WhatsApp | Instagram | Telegram | Facebook
Entre em contato conosco:
Email: redacao@amorrealnoticias.com.br