Por Pr. Rilson Mota
Na noite de 25 de fevereiro de 2025, o bairro Morro Alto, em Guarapuava, foi palco de mais um episódio que escancara uma verdade incômoda: a violência doméstica continua a ferir vidas, e as mulheres seguem como alvos frequentes. Às 22h40min, uma jovem de 19 anos e seu convivente, um homem de 39 anos, chegaram à sede do 16º Batalhão de Polícia Militar para relatar uma briga que terminou em agressão física. O que começou como uma discussão doméstica virou um ataque brutal, deixando marcas visíveis no rosto dela e expondo a fragilidade da paz em muitos lares.
A história começou dentro de uma casa que deveria ser refúgio, mas se tornou ringue. A jovem, cansada das palavras ásperas trocadas com o parceiro, decidiu arrumar sua mala e pedir um carro de aplicativo para sair dali. Foi um ato simples de quem buscava escapar, mas o homem, tomado por uma raiva que não explica, reagiu como se a mala fosse um troféu a ser destruído. Ele tentou jogá-la para fora da residência, transformando a saída dela em um confronto.
Ela não ficou parada. Com a força de quem defende o pouco que lhe resta, tentou impedir o gesto dele — e pagou caro por isso. O convivente, num impulso que mistura covardia e descontrole, acertou um chute ou joelhada no rosto dela, uma agressão que deixou hematomas e um recado claro: em Guarapuava, a violência contra a mulher ainda é uma sombra que não dissipamos. Ele se ofereceu para levá-la à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas ela recusou, escolhendo buscar ajuda por conta própria.
Os dois acabaram na sede do 16º BPM, onde a jovem, com o rosto machucado, narrou o ocorrido. A cena não é nova: o Brasil registrou milhares de casos de lesão corporal em contextos domésticos nos últimos anos, e Guarapuava não está imune. A polícia, diante das lesões evidentes, encaminhou ambos à Delegacia de Polícia Judiciária, onde a lei agora seguirá seu curso — mas o dano já está feito, e a pergunta ecoa: quantas vezes mais isso vai se repetir?
Esse caso, porém, não é unilateral em seu alerta. Embora as mulheres sejam as vítimas mais frequentes, a violência doméstica também atinge homens, como vimos recentemente em Entre Rios, onde um homem de 33 anos foi atacado com faca e madeira por sua ex-convivente. A epidemia não escolhe gênero, mas muda de rosto: enquanto elas sofrem com a força bruta de parceiros machistas, eles enfrentam a raiva de relações que desmoronam em agressão. Em Morro Alto, foi ela quem levou o chute — e isso não pode ser ignorado.
O bairro, com suas ruas de trabalhadores e famílias, não deveria carregar esse peso. A jovem de 19 anos, tentando fugir com uma mala, representa tantas outras que buscam saída e encontram violência. O homem de 39 anos, com seu gesto impulsivo, é o espelho de uma masculinidade falida que acha que o controle se ganha com golpes. A violência doméstica é uma chaga que Guarapuava precisa enfrentar com mais do que prisões — exige mudança na raiz.
A recusa dela em ir à UPA com ele fala alto: é o grito de quem não confia mais no agressor, mesmo na oferta de ajuda. Ela preferiu caminhar sozinha até a polícia, um ato de coragem que contrasta com a covardia dele. Esse chute na cara não foi só um ataque físico; foi uma tentativa de apagar a autonomia dela, um padrão que vemos em lares Brasil afora, onde o amor vira guerra e a casa, prisão.
Aos leitores do Amor Real Notícias, entregamos essa verdade crua: a violência doméstica é real, e homens também a sofrem, mas hoje, em Morro Alto, foi uma mulher de 19 anos quem caiu. Não podemos fechar os olhos para nenhum dos lados dessa moeda amarga. A justiça agora age, mas a cura vai além — é cultural, é social, é urgente.
Contener essa violência exige mais que boletins e celas. Em Guarapuava, precisamos de leis que protejam rápido, de campanhas que ensinem respeito desde cedo, e de uma sociedade que pare de tolerar esses machões de punho fácil ou ex-parceiras que viram algozes. O caso de Entre Rios mostra homens como vítimas; o de Morro Alto, mulheres. Ambos são o mesmo grito por mudança.
Essa jovem sobreviveu ao chute, mas o próximo pode não ter essa sorte — seja ele ou ela. Que Morro Alto seja um marco: a violência doméstica, contra homens ou mulheres, não tem lugar em Guarapuava. O Amor Real Notícias está aqui pra mostrar isso, com vocês, até que o silêncio das vítimas vire barulho de justiça e paz.
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