Por Pr. Rilson Mota
Na manhã de 28 de fevereiro de 2025, o bairro Morro Alto, em Guarapuava, acordou com o peso de uma história que já se tornou um eco triste na cidade. Às 11h30min, o Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM) recebeu um chamado que cortou a tranquilidade do dia: uma mulher de 56 anos foi agredida pelo marido, um homem de 63 anos, em mais um caso de violência doméstica que transforma lares em campos de batalha. Esse não é apenas um incidente — é um grito que pergunta até quando as mulheres de Guarapuava terão que suportar o veneno que transborda de copos cheios de álcool e raiva.
A vítima, com a força de quem já viu muitos dias, abriu as portas de sua dor para a polícia. Ela contou que o marido, preso há anos ao alcoolismo, perdeu o controle mais uma vez. O que começou como uma manhã comum virou um pesadelo quando ele, com os olhos turvados pela bebida, passou a agredi-la com empurrões e um tapa no braço — golpes que ferem o corpo, mas não mais que as palavras. “Vaca”, “vadia”, “vagabunda” saíram da boca dele como flechas, atingindo a honra dela em um ataque que ela não merecia.
Morro Alto, com suas ruas simples e famílias que lutam pelo pão de cada dia, não é novo nesse roteiro. A mulher de 56 anos poderia ser qualquer uma — uma mãe, uma avó, uma vizinha — mas naquele momento, era apenas uma vítima tentando se segurar em pé enquanto o chão tremia sob os passos do marido. O álcool, que ele usa como muleta, virou combustível para a violência, transformando o lar que deveria ser refúgio em uma jaula de medo e dor.
A salvação veio de um filho do casal, um jovem que entrou na tempestade como um raio de coragem. Ele interveio, parando os golpes antes que o pior acontecesse, um escudo humano que protegeu a mãe do avanço da fúria paterna. Mas a intervenção não apaga o que já foi feito — os empurrões, o tapa, os xingamentos são cicatrizes que ficam, marcas de um esporte cruel que Guarapuava não consegue abandonar.
A Polícia Militar chegou como uma luz na escuridão, mas o estrago já estava desenhado. O homem de 63 anos, com a bebida ainda pesando em seu corpo, foi detido — uma voz de prisão que ecoou como um aviso tardio. Ele e a vítima foram levados à Delegacia de Polícia Judiciária, onde a lei agora traça o próximo passo, mas o alívio da captura é pequeno diante do vazio que essas agressões deixam.
Esse caso é o quarto registrado em poucos dias — Morro Alto já viu um chute no rosto no dia 25, Jardim das Américas enfrentou um facão no dia 26, e agora, de novo em Morro Alto, essa mulher de 56 anos carrega hematomas e humilhação. As estatísticas em Guarapuava crescem como ervas daninhas, e cada tapa, cada injúria, é um passo mais perto de uma tragédia que não queremos contar.
A violência contra a mulher em Guarapuava não é um acidente; é uma epidemia que se alimenta de silêncios e garrafas. O marido de 63 anos, com seu alcoolismo como alibi, é o retrato de uma masculinidade quebrada que acha que o controle vem com os punhos e a voz. A vítima, com seu braço roxo e sua honra ferida, é o símbolo de uma luta que não deveria existir — mas que persiste, dia após dia.
Aos leitores do Amor Real Notícias, entregamos essa história com o peso que ela merece: a violência doméstica é um câncer que Guarapuava precisa extirpar. A prisão do agressor é um curativo, mas a cura exige mais — leis que punam sem demora, apoio que chegue antes do tapa, e uma cidade que pare de tolerar esse ciclo de dor. O filho que interveio é a esperança, mas até quando as mulheres precisarão de escudos humanos?
Esse esporte mortal tem que parar. A mulher de 56 anos sobreviveu ao ataque, mas o próximo golpe pode ser o fim de uma partida que ninguém ganha. Guarapuava não pode ser a cidade onde o álcool manda e as mulheres caem — precisamos de justiça que corte esse mal pela raiz, antes que mais um lar vire escombros.
Morro Alto, com suas ruas de luta e resistência, merece paz. Que o tapa no braço dessa mulher seja o último eco dessa violência em 28 de fevereiro, e que o Amor Real Notícias possa, em breve, contar o dia em que as mulheres de Guarapuava viveram sem medo — porque esse é o único final que aceitamos, com vocês, leitores, como testemunhas desse grito por mudança.
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