Por Pr. Rilson Mota
Na tarde de 26 de fevereiro de 2025, o bairro Jardim das Américas, em Guarapuava, testemunhou mais um capítulo de uma história que já se tornou dolorosamente familiar na cidade. Às 14h01min, o Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM) foi alertado sobre uma situação que começava com uma discussão e terminava com um facão nas mãos de um homem de 26 anos, ameaçando a vida de sua companheira, uma adolescente de apenas 15 anos. Esse é o quarto caso de violência contra a mulher que Guarapuava registra em poucos dias — uma repetição que pesa como um sino fúnebre.
A jovem, com a coragem de quem não aceita mais viver sob pressão, relatou à Polícia Militar que o desentendimento com o companheiro a levou a uma decisão simples: sair dali. Ela só queria deixar o local, escapar da tensão que crescia em sua casa, mas o homem de 26 anos transformou essa escolha em um campo de batalha. Orientado pelos policiais a respeitar a vontade dela, ele pareceu ceder — mas foi só uma máscara que caiu rápido demais.
Enquanto a adolescente era levada para a segurança da casa de sua mãe, acompanhada pela equipe, o agressor surgiu como um vendaval sombrio. Ele voltou ao local empunhando um facão, uma arma que não deixa dúvidas sobre suas intenções: ameaçar ou ferir a jovem que ousou dizer “chega”. A cena era um eco cruel de tantas outras em Guarapuava — um grito de violência que não cala, mesmo com a polícia por perto.
Os policiais, com a determinação que a situação exigia, tentaram interceptá-lo. Ele, covarde que é, fugiu, jogando o facão fora como quem descarta uma prova quente demais para segurar. Mas a fuga não durou: a equipe o alcançou, usando força controlada para imobilizá-lo, um esforço que salvou o dia de virar tragédia. O facão, apreendido, agora repousa como evidência de um crime que não se concretizou — mas que poderia.
Jardim das Américas, um bairro de ruas largas e famílias que buscam sossego, não merece ser lembrado por isso. Esse é o quarto caso em poucos dias: antes, em Morro Alto, uma mulher de 29 anos enfrentou ameaças com faca; em Bonsucesso, outra de 25 levou socos; e ainda no mesmo bairro, duas irmãs foram acuadas por um ex. Até quando essas histórias vão se repetir, como um disco riscado que ninguém conserta?
A jovem de 15 anos, com uma vida que mal começou, já carrega o peso de um relacionamento que virou ameaça. O agressor, 11 anos mais velho, não aceitou o fim de algo que ela queria deixar para trás — e usou o facão como argumento. Em Guarapuava, a violência contra a mulher é uma epidemia que não dá trégua, uma ferida que sangra em cada esquina e exige mais do que prisões tardias.
A polícia agiu rápido: o homem foi preso, levado à Polícia Judiciária junto com a vítima e a mãe dela, onde a lei agora vai traçar suas linhas. Mas a captura desse agressor é só um remendo em um tecido que rasga todos os dias. A adolescente escapou do facão, mas o trauma não sai com um boletim — é uma marca que Guarapuava precisa apagar com ações que vão além do momento do crime.
Essa repetição — quatro casos em poucos dias — é um alerta que não podemos ignorar. A violência contra a mulher em Guarapuava não é um acidente; é um padrão que envergonha, uma rotina que sufoca. Até quando vamos abrir os jornais e encontrar essas histórias? A jovem de 15 anos merecia um dia comum, não uma fuga desesperada de um facão que cortou mais que o ar.
Aos leitores do Amor Real Notícias, entregamos esse relato com a seriedade que ele merece: é o quarto em dias, e cada um pergunta até quando. A polícia faz seu papel, mas a cidade precisa de mais — leis que punam sem demora, apoio que chegue antes do grito, e uma mudança que arranque essa violência pela raiz. Não queremos mais contar essas histórias; queremos contar o dia em que elas pararam.
Jardim das Américas, Morro Alto, Bonsucesso — os nomes mudam, mas o roteiro é o mesmo. Guarapuava não pode ser refém dessa violência que faz mulheres correrem por suas vidas. Que essa adolescente seja a última a sentir o frio de uma lâmina por perto, e que o Amor Real Notícias possa, em breve, noticiar um futuro onde o facão fique na cozinha, não nas mãos de um covarde.
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