Por Pr. Rilson Mota
Na noite de 26 de fevereiro de 2025, o bairro Morro Alto, em Guarapuava, tornou-se mais um campo onde a violência contra a mulher parece ter virado um esporte cruel e repetitivo. Às 19h27min, o Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM) foi chamado para deter uma tempestade de destruição e medo: uma mulher de 41 anos enfrentou a fúria de seu companheiro, também de 41 anos, que, embriagado, transformou uma discussão em um ataque de injúrias e danos que ecoam como um grito de alerta. Esse é o quinto caso do dia — até quando vamos assistir a esse jogo macabro?
A história começou dentro de uma casa que deveria ser abrigo, mas virou palco de caos. A vítima relatou que a briga com o convivente, alimentada por álcool, começou com palavras duras que cortaram como facas: xingamentos que ela não merecia ouvir. Mas ele não parou aí — com a raiva de quem acha que pode tudo, quebrou o celular dela, estilhaçando sua conexão com o mundo, e depois atacou os para-brisas dianteiro e traseiro de seu carro, destruindo o que ela conquistou com esforço.
Assustada, a mulher correu para um quarto com a filha, trancando a porta contra o furacão que o parceiro havia se tornado. Foi um ato de desespero e proteção, enquanto o som de móveis quebrados e vidros espatifados enchia o ar. Ela agarrou o telefone e chamou a polícia, buscando um escudo contra um homem que, naquele momento, era mais inimigo que companheiro. Até quando as mulheres de Guarapuava terão que se esconder em seus próprios lares?
O agressor, como um competidor que foge do placar, saiu para a área externa antes que a polícia chegasse. Mas não foi embora em silêncio: arrancou o portão do trilho e o entortou, um último golpe de destruição antes de desaparecer na noite, rumo desconhecido. Ele deixou para trás uma casa em ruínas e uma família em choque, um rastro que a polícia tentou seguir, mas perdeu nas sombras de Morro Alto.
Esse é o quinto caso de violência contra a mulher que Guarapuava registra em menos de dois dias. Antes, em Morro Alto, uma jovem de 19 anos levou um chute no rosto; em Jardim das Américas, uma adolescente de 15 anos enfrentou um facão; em Bonsucesso, uma mulher de 25 anos sofreu socos; e na mesma madrugada, outra em Morro Alto ouviu ameaças de faca. Cinco vezes em menos de dois dias — isso não é mais incidente; é um esporte mortal que a cidade não pode continuar jogando.
A vítima de 41 anos, trancada com a filha, é o retrato de uma luta que se repete como um placar que ninguém quer ver. O convivente, embriagado e fora de si, não só feriu com palavras e destruição, mas mostrou uma verdade crua: em Guarapuava, a violência contra a mulher virou rotina, um jogo onde os homens chutam, quebram e ameaçam, e as mulheres correm para sobreviver. Até quando vamos contar esses pontos?
A polícia chegou tarde demais para pegá-lo, mas a tempo de orientar a vítima. Ela ouviu sobre medidas protetivas e prazos legais, um mapa para buscar proteção que não deveria ser necessário. Mas orientação não apaga o celular quebrado, os vidros estilhaçados, o portão torto — nem o medo que ficou no quarto onde ela se escondeu com a filha. A polícia patrulhou, mas o agressor já era um fantasma, livre para o próximo round.
Morro Alto, com suas ruas de trabalhadores e famílias que sonham com sossego, não merece ser conhecido por isso. Esse é o quinto caso em menos de 24horas — um número que pesa como uma sentença. A mulher de 41 anos sobreviveu à destruição, mas o próximo golpe pode ser o fim de uma partida. Guarapuava está refém de uma violência que virou esporte, e a pergunta ecoa: até quando vamos narrar esse placar?
Aos leitores do Amor Real Notícias, entregamos essa história com a gravidade que ela exige: é o quinto relato em menos de dois dias, e cada um é um tapa na cara da cidade. Não queremos mais escrever sobre mulheres trancadas em quartos ou carros destruídos — queremos o fim desse jogo. A vítima foi orientada, mas a solução exige mais: leis que punam rápido, apoio que chegue antes, e uma sociedade que pare de assistir em silêncio.
Esse esporte tem que acabar. Guarapuava precisa de justiça que não deixe brechas, de famílias que ensinem respeito, e de uma cidade que diga “basta” a esses covardes que transformam amor em destruição. Que Morro Alto seja o último campo dessa violência em 26 de fevereiro, e que o Amor Real Notícias possa, em breve, contar o dia em que mulheres não precisaram mais correr — porque ninguém mais jogou contra elas.
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