Por Pr. Rilson Mota
Em uma reviravolta que tem gerado preocupação e discussão entre os moradores de Guarapuava, a Prefeitura anunciou um aumento significativo no preço do Guaracard, o cartão utilizado para o transporte público na cidade. Após um contrato assinado com a empresa Pérola do Oeste em dezembro de 2024, o valor da passagem pode saltar de R$ 2,50 para R$ 5,00, um impacto direto no bolso dos guarapuavanos.
A decisão de assinar o contrato sem a devida aprovação técnica de setores chave da prefeitura revela um legado problemático da administração anterior. Este acordo, que entrou em vigor em 2025, aumentou o custo por passagem de R$ 6,00 para R$ 8,50, onde a prefeitura antes complementava com R$ 3,50 por viagem.
A pergunta que ecoa na cidade é se esse aumento afetará apenas os usuários. A resposta é um não ressonante; tanto a população quanto a prefeitura sentirão o peso dessa decisão. O custo para o município saltou de R$ 800.000,00 para cerca de R$ 1.800.000,00 mensais, numa cidade já enfrentando um déficit orçamentário de mais de R$ 15 milhões.
O secretário de Finanças, Luciano Crotti, explicou que a gestão passada foi negligente, deixando um orçamento insuficiente para manter o transporte público. “O objetivo é usar os recursos de 2025 até o meio do ano, quando será possível reavaliar a situação, diminuindo os efeitos deste contrato, buscando não prejudicar o transporte, respeitando a população e a Lei”, disse ele, indicando um esforço para mitigar o impacto sem comprometer o serviço.
A nova administração, sob o comando do prefeito Denilson Baitala, está em uma posição delicada. “Entendemos que a situação da tarifa de transporte coletivo é preocupante para a população de Guarapuava, mas é importante esclarecer que o aumento nos preços não é resultado da atual gestão”, afirmou Baitala, colocando a responsabilidade nas decisões da gestão anterior, que assinou o contrato sem considerar os impactos financeiros para a população e para os cofres municipais.
O desafio agora é equilibrar as contas sem aumentar ainda mais a carga sobre os usuários. Crotti mencionou que a meta é reduzir a tarifa assim que possível, mas isso requer um esforço imediato para sanear as finanças públicas. “É um processo que não pode ser rápido, mas estamos comprometidos em fazê-lo da forma mais justa”, ele acrescentou.
O contrato em questão, que desconsiderou pareceres técnicos de várias áreas, foi assinado em um momento onde a fiscalização e a responsabilidade deveriam ser mais rigorosas. O Processo Digital n.º 47.896/2024, página 29, documenta essa decisão controversa.
Para aqueles interessados em entender melhor a situação, o documento completo está disponível para consulta pública, enfatizando a transparência que a nova administração busca manter. “Queremos garantir que todos saibam que estamos tomando as medidas necessárias para resolver o problema da forma mais justa possível, sempre com total transparência”, declarou Crotti.
O prefeito Baitala também destacou os esforços para ajustar a situação financeira, tentando evitar um aumento ainda maior da tarifa. “Estamos buscando soluções que permitam equilibrar as contas públicas e, ao mesmo tempo, evitar um aumento mais expressivo na tarifa”, disse ele, mostrando a preocupação com o bem-estar econômico dos cidadãos.
A situação atual do Guaracard não é apenas um problema de tarifas, mas um reflexo de uma administração financeira que precisa ser repensada. A prefeitura está tentando navegar por um terreno minado, onde cada decisão sobre o orçamento afeta diretamente a vida das pessoas.
A comunidade de Guarapuava, agora, vê-se em um dilema: o transporte público, essencial para a mobilidade urbana, tornou-se um fardo financeiro adicional em um momento onde muitas famílias já enfrentam dificuldades econômicas.
A administração está trabalhando sob a pressão de fornecer um serviço essencial enquanto tenta consertar as finanças. Eles reconhecem que o aumento na tarifa é impopular, mas estão buscando alternativas para mitigar o impacto, como a revisão de subsídios e a busca por eficiências operacionais.
A transparência tem sido uma palavra de ordem para a nova gestão. O orçamento e os detalhes do contrato estão disponíveis, permitindo que a população acompanhe de perto como a prefeitura está lidando com esta crise.
A questão do Guaracard também coloca em debate a necessidade de um planejamento mais cuidadoso e responsável para contratos futuros. A negligência financeira de ontem se transforma nos desafios de hoje, e a prefeitura de Guarapuava está aprendendo essa lição da maneira mais dura.
Os cidadãos, por sua vez, esperam que medidas de curto prazo possam ser implementadas para aliviar o impacto imediato, enquanto medidas de longo prazo são desenvolvidas para prevenir futuros desequilíbrios financeiros.
A atual administração promete que a revisão do contrato será um ponto central de sua agenda, buscando renegociar termos ou encontrar alternativas que possam reduzir o custo tanto para o município quanto para os usuários.
A preocupação é justificada, pois o transporte público é uma artéria vital para a vida econômica e social de Guarapuava. Qualquer alteração no seu custo afeta o dia a dia de milhares de pessoas, desde estudantes até trabalhadores que dependem do sistema para chegar ao trabalho.
A situação do Guaracard é um lembrete de que as decisões administrativas podem ter repercussões duradouras. A nova gestão está empenhada em reparar os danos financeiros, mas isso requer tempo, planejamento e, acima de tudo, a confiança da população.
Em resumo, Guarapuava enfrenta uma tempestade financeira com o aumento do Guaracard, mas com uma administração focada em transparência e correção de curso, há esperança de que o vento mude de direção, aliviando o peso sobre os ombros dos cidadãos e restaurando a confiança no transporte público da cidade.
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