Por Pr. Rilson Mota
As eleições municipais de 2024 em Guarapuava trouxeram à tona um tema inquietante: a suspeita corrupção eleitoral. Em meio a denúncias que tramitam sob segredo de justiça, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizaram buscas e apreensões, levantando suspeitas de irregularidades no pleito. Embora os detalhes sigam protegidos pela confidencialidade do processo, o debate sobre práticas ilícitas como o abuso do poder econômico e a compra de votos tomou as ruas da cidade e acendeu o alerta para a importância de um sistema eleitoral transparente e ético.
Compra de votos: quem compra e quem vende são culpados
A corrupção eleitoral, especialmente a compra de votos, não é um problema isolado de quem paga. Há, também, uma grave responsabilidade de quem aceita o benefício, alimentando um ciclo vicioso que fragiliza o processo democrático. Quando um candidato recorre ao famoso “caixa dois” ou a recursos não contabilizados para financiar sua campanha, não apenas desequilibra a disputa, mas desrespeita o eleitor e compromete a legitimidade do resultado. No entanto, é importante lembrar que o ato de vender o voto é igualmente corrupto, refletindo uma crise ética que vai além dos candidatos e atinge parte da sociedade.
Este tipo de prática cria uma concorrência desleal, prejudicando candidatos que optam por campanhas limpas e alinhadas à legislação. Além disso, compromete o futuro político do município, pois os eleitos que recorrem à corrupção dificilmente serão capazes de governar com integridade. Cabe ao Ministério Público Eleitoral investigar e punir com rigor quem tenta manipular as eleições, reforçando o papel da justiça como guardiã da democracia.
A necessidade de um voto consciente
A crise ética que permeia o cenário eleitoral em Guarapuava reflete um problema maior: a falta de discernimento de parte do eleitorado na hora de escolher seus representantes. Candidatos que se utilizam de artifícios ilegais não surgem do nada; eles são escolhidos por eleitores que, muitas vezes, ignoram sinais claros de irregularidades ou se deixam convencer por vantagens imediatas.
Mais do que nunca, é essencial que a população se conscientize sobre o poder do voto e a importância de avaliar o histórico dos candidatos. É preciso checar se o candidato é realmente ficha limpa, se sua trajetória reflete compromisso com a ética e com as demandas da sociedade. Em muitos casos, manobras jurídicas podem permitir que candidatos com passados questionáveis apareçam como elegíveis. Por isso, a responsabilidade final recai sobre o eleitor, que tem a chance de barrar essas práticas corruptas por meio das urnas.
O impacto da corrupção eleitoral
As consequências da corrupção eleitoral são devastadoras para os municípios. Governantes que compram votos ou utilizam recursos ilícitos para se eleger costumam perpetuar práticas corruptas em suas gestões, favorecendo interesses próprios ou de grupos aliados em detrimento do bem-estar coletivo. Obras superfaturadas, desvios de recursos públicos e falta de investimentos em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança, são apenas alguns dos reflexos dessa má gestão.
Guarapuava, como qualquer cidade que enfrenta esse tipo de problema, precisa de líderes comprometidos com a transparência e a ética. Para isso, é fundamental que a população rejeite candidatos que representam a velha política e suas práticas obscuras.
Reformar para avançar
A luta contra a corrupção eleitoral não depende apenas da fiscalização e punição por parte das autoridades. Ela exige uma transformação cultural e política, onde tanto candidatos quanto eleitores assumam suas responsabilidades. É preciso mudar o paradigma, priorizando candidatos comprometidos com a honestidade e o desenvolvimento sustentável do município.
Por fim, a mensagem que deve ecoar após as eleições de 2024 é clara: a corrupção eleitoral não é apenas uma prática ilegal, mas uma afronta direta à democracia. Guarapuava tem a chance de ser um exemplo de mudança, mostrando que a ética e a justiça podem prevalecer em um cenário político muitas vezes marcado por escândalos e desconfiança. O futuro do município está nas mãos dos eleitores, e é por meio do voto consciente que a transformação começa.
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