“Estando eles ali, aconteceu completarem-se lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc. 2. 6, 7).
Estamos vivendo dias em que nossas preferências estão se tornando cada vez mais estilizadas e sofisticadas. Zelamos pela qualidade de nossas aquisições, buscamos os mínimos detalhes naquilo que diz respeito ao nosso conforto, exigimos os nossos direitos de consumidores, se pagamos, queremos ser atendidos com a toda a parcimônia. Esses somos nós, seres do século 21, moradores do planeta terra, presos aos nossos valores, que na sua grande maioria está enclausurada a esse sistema capitalista que predomina em nossos dias. Mas uma coisa me sobe ao coração, principalmente no término de mais um ano. Será que em meio a tantas festas e interesses, ainda há, ou em algum tempo houve lugar para Jesus?
Por que não há lugar para Jesus?
1. Porque Jesus não é aquilo que os homens esperam que Ele seja – Jesus não nasceu numa família tradicional de sua época. Para ser rei, no mínimo teria que vir a ser bem-nascido, ter berço, filho de família nobre. Nasceu de uma “virgem” com um “carpinteiro”, com uma história de nascimento, que para os homens, é questionável. Não é de se admirar que não houvesse lugar para Ele em Belém. Somente uma estrebaria. Assim tem acontecido até os dias de hoje. Estão buscando uma nova visão de Jesus, ou pregando um Jesus aristocrata, rico financeiramente e que promete riquezas, para ver se Jesus se torna um produto de mercado mais atrativo. Porque na verdade é isso o que os homens desejam, mas não é isso que eles precisam em toda a sua essência. Ele não vai consolidar os desejos desta geração, mais vai chamá-los ao arrependimento, a uma mudança radical de vida e de propósitos. Sua fala visa plantar neles sementes de eternidade, valores celestiais e não as ervas daninhas do status, do glamour e da fama que tantos andam a procura.
2. Porque Ele não iria confirmar as mentiras que os homens gostam tanto de acreditar – A alma do homem sem Cristo é enferma (Is 1.5). E por ser enferma, busca camuflagens para se esconder daquilo que ela tanto tem medo de encarar: a verdade. Criamos mitos humanos para tentarmos acreditar que somos capazes, ou que temos poder de realização equilibrada. Exaltamos em cada geração os nossos ícones e nossos heróis, e nos esquecemos que a maior história de heroísmo foi revelada na cruz do calvário, onde aquele que ninguém fez caso dele se entregou por cada um de nós simplesmente por amor. Preferimos crer que alguém doe alguma coisa por ser um filantropo de coração, mas nos esquecemos que os homens são capazes de coisas inimagináveis para fugirem do imposto de renda. Mostramos na mídia as imagens dos homens bons, e queremos acreditar nessas mentiras porque é muito ácido aceitar que não há nem um justo sequer (Rm 3.10-19). É mais fácil crer num bom velhinho, do que crer em um bom Deus. É mais fácil nutrirmos no coração das nossas crianças a imagem de Noel, e com isso toda sutileza consumista, do que dizermos que o nosso maior presente foi nos dado pelo Pai há dois mil anos atrás. Jesus não gosta de mentira, não nos faria crer em mentiras, porque Ele é a verdade, e a verdade se contrapõe a mentira (Jo 8. 43-47).
3. Porque o seu viver é antagônico ao modo de vida dos homens – Soa estranha essa colocação. Mas baseado naquilo que a escritura nos diz, Jesus conviveu com sua família, ou seja, valorizou o seu círculo familiar, soube como ninguém cultivar amigos, se interessou compassivamente pelos menos favorecidos e acima dessas coisas foi alguém que priorizou o relacionamento com o Pai. Isso já nos diz tudo o que é oposto, tanto no círculo dos homens, e pasmem, e até mesmo no círculo da religião. A humanidade está tão presa ao estereótipo do sucesso que valores como: relacionamento com Deus, relacionamento familiar, tempo para cultivarmos nossas amizades e tempo para olhar por aqueles que são menos favorecidos, se tornam coisas obsoletas e ultrapassadas. É por isso que Jesus é considerado démodé, e hoje fatalmente não haveria lugar para Ele até mesmo em muitos templos que tem o seu nome como logomarca.
Conclusão: Nesse tempo, devemos pensar se o Senhor Jesus não está a nossa porta desejando entrar, e pelos motivos que aqui escrevemos e pelos muitos outros que conhecemos e pelos milhares que só Ele pode ver, não estamos obstruindo sua entrada em nossa vida e nos privando do maior bem que poderíamos fazer a nós, a nossa casa, a nossa cidade e porque não dizer a humanidade.
Nunca deixe Jesus sem casa. Convide-o para morar em você.
Prs. Israel e Ludmila