O duelo entre Palmeiras e Red Bull Bragantino que definirá neste sábado, no Allianz Parque, o primeiro finalista do Campeonato Paulista, opõe os dois técnicos mais longevos da elite do futebol brasileiro. Maurício Barbieri é o treinador há mais tempo no cargo, logo à frente de Abel Ferreira, o segundo da lista.
Abel Ferreira está à frente do Palmeiras desde 30 de outubro de 2020. E nesse período curto já se colocou entre os maiores técnicos dos 107 anos de história do clube com quatro troféus, com destaque para as duas últimas Libertadores. O português se tornou estrela no Brasil e conseguiu algo raro: ser unanimidade entre os torcedores. Ele tem domínio do elenco e faz a equipe, muito forte coletivamente, jogar como quer, com intensidade, agressividade e inteligência
“Sou português, mas quando cheguei aqui, tudo se encaixou. Os princípios do clube, os torcedores. Essa identificação é sentida”, resumiu Abel em entrevista recente no Roda Viva, da TV Cultura. O português gosta de dividir os méritos com os atletas e recusa o rótulo de ídolo. “O ‘Todos Somos Um’ veio antes de ganhar e mesmo quando perdemos. Essa é a minha forma de viver”.
Barbieri comanda o Bragantino desde 4 de setembro de 2020. Levou o clube do interior à inédita final da Sul-Americana, mas perdeu aquela decisão para o Athletico-PR. Ele ainda não ergueu taças, mas seu trabalho é valorizado em virtude dos resultados e também da qualidade do futebol apresentado, de organização e posse de bola. Foi ele que conduziu a equipe à primeira participação na Libertadores e quem a colocou na semifinal do Paulistão depois de 15 anos.
“Vivemos um processo de construção de equipe. Sinto que estamos mais forte ao longo das temporadas. Acho que temos conseguido fazer isso, melhorar a equipe temporada a temporada”, acredita Barbieri.
A longevidade de seus comandantes no cargo não é o único aspecto que une Palmeiras e Bragantino. Os dois clubes são exemplos, cada um a seu modo, de projetos bem-sucedidos graças, entre outros fatores, a investimentos de terceiros que acertaram as finanças de cada um.
O Palmeiras conta desde 2015 com o aporte da Crefisa e da FAM, empresas presididas por Leila Pereira, que hoje também é presidente da agremiação. Ela diz ter investido mais de R$ 1 bilhão em quase sete anos de parceria. O atual contrato garante anualmente R$ 81 milhões, valor que pode subir para R$ 120 milhões, considerando premiação por metas alcançadas.
Comprado em 2019 pela gigante austríaca de energéticos por R$ 45 milhões, o Bragantino adicionou “Red Bull” em seu nome e muito dinheiro nos cofres. Passou a ser poderoso economicamente e fazer frente aos grandes clubes do País. No ano passado, gastou R$ 115 milhões em reforços, geralmente jovens atletas com potencial de retorno esportivo e financeiro.
Em campo, o Palmeiras deve ter o reforço de Gustavo Gómez, que retornou mais cedo da seleção do Paraguai porque está suspenso e não poderá estar no último compromisso do time nas Eliminatórias. Tendo condições físicas, formará a zaga ao lado de Murilo. O restante da escalação será a mesma que iniciou o jogo com o Ituano.
O Bragantino tenta a vaga à decisão sem seu principal jogador. Artur sofreu uma lesão no músculo posterior da coxa esquerda na última partida contra o Santo André. Foi dele o gol que classificou a equipe. O atacante, aliás, é cria do Palmeiras e tornou-se símbolo desse novo Bragantino, consolidado entre no grupo dos principais times do País.
O Palmeiras está invicto e ostenta a melhor campanha do Estadual. Por isso, decidirá a semifinal com o apoio de seu torcedor no Allianz Parque. O Bragantino tem a quarta melhor campanha entre os semifinalistas. O duelo é decidido em jogo único. Quem ganhar, vai encarar São Paulo ou Corinthians, que se enfrentam no domingo, às 16h. Em caso de empate, a vaga na final será definida nos pênaltis.
Fonte: TNOnline