Indicado ontem para suceder o general Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras, Adriano Pires manifestou nas redes sociais que não acredita em uma intervenção do governo na empresa.
A publicação consta no perfil de Pires no Linkedin, horas antes de seu nome ser anunciado como indicado à presidência da Petrobras. O economista compartilhou um artigo do jornal Financial Times e acrescentou algumas observações pessoais sobre o momento desafiador da empresa, em meio à crise internacional de combustíveis.
“Quando o ex-presidente Roberto Castelo Branco foi substituído pelo general, a grande maioria dos analistas e jornalistas apostou que o general controlaria os preços, mas, ao contrário, a política de paridade de importação foi mantida”, comentou Pires.
Especialista do setor de óleo de gás e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Pires ainda minimizou as chances de intervenção do Planalto na política de preços de combustíveis, mencionando práticas que marcaram a gestão do ex-presidente Lula (2003-2010).
“Acho que o risco de intervenção na Petrobras antes das eleições é muito baixo por dois motivos: o primeira é que a regulamentação e o compliance da empresa após a Lava Jato dificultam muito tanto a diretoria quanto o conselho de administração tomarem ações que possam prejudicar os acionistas; segundo, se o presidente Bolsonaro interviesse na empresa, ele seria acusado de fazer a mesma política que Lula fez”, afirmou.
Sobre a indicação
O Ministério de Minas e Energia (MME) informou na segunda-feira que Adriano Pires foi indicado para ser presidente da Petrobras. O economista deve substituir o general Joaquim Silva e Luna, depois de o presidente Jair Bolsonaro decidir tirar o atual mandatário do cargo.
Em nota, o MME disse que participou da elaboração dos indicados do “acionista controlador”, ou seja, o governo federal, para compor o Conselho de Administração da petroleira. Silva e Luna ficou fora da lista.
“A relação apresenta o Sr. Rodolfo Landim para o exercício da Presidência do Conselho de Administração e o Sr. Adriano Pires para o exercício da Presidência da Empresa”, ressaltou o comunicado.
A lista só terá efeito a partir da confirmação de uma assembleia-geral da companhia, que está marcada para 13 de abril. Como o governo federal controla a empresa, as mudanças devem ser confirmadas junto aos órgãos de governança da Petrobras.
Na nota, o MME salientou que “o governo renova o seu compromisso de respeito a sólida governança da Petrobras, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a empresa”.
Fonte: Revista Oeste