O dólar comercial fechou a quarta-feira, 23, com seu menor patamar desde o início da pandemia do coronavírus. A moeda norte-americana apresentou queda de quase 1,5%, cotada em R$ 4,84.
Foi o sexto dia seguido de desvalorização do dólar, que atingiu sua menor cotação desde 13 de março de 2020, quando estava em R$ 4,82 — naquele momento, em um cenário econômico ainda sem os efeitos da crise internacional do coronavírus.
Com o resultado desta quarta-feira, a moeda norte-americana acumula queda de 4,69% no mês de março. Já no ano, o dólar apresenta desvalorização de 11,85% na comparação com o real.
Na última terça-feira, a moeda norte-americana já havia caído 0,6% na Bolsa de Valores, fechando a R$ 4,91.
Os altos juros no Brasil têm ajudado a elevar a cotação do real perante o dólar nos últimos dias. A diferença entre as taxas internas e no mercado externo incentiva o chamado carry trade: o investidor toma dinheiro em países com taxas baixas, e coloca onde os juros são maiores, elevando a rentabilidade.
O Brasil conta hoje com uma das maiores taxas de juros reais do mundo, ficando atrás somente da Rússia. A Selic foi corrigida pelo Banco Central na última semana, com 11,75% ao ano, e atingiu seu patamar mais elevado desde 2017, atraindo investidores estrangeiros.
A expectativa é que a Selic volte a aumentar em breve. A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na última terça, projetou novo reajuste de 1 ponto percentual na taxa para a próxima reunião, marcada para 4 e 5 de maio.
Fonte: Revista Oeste