Os cafés gourmets, também chamados de cafés especiais, são o resultado de uma rede que deve seguir padrões de qualidade, rastreabilidade e sociais.
Café paranaense mantém cativo consumidores de outros países.
De acordo com dados da Secretaria Estadual da Agricultura o Paraná produz por ano cerca de 870 mil sacas de café. Desse total, 30% são cafés especiais.
Os cafés especiais, também chamados de cafés gourmets, são o resultado de uma rede que deve seguir padrões de qualidade, rastreabilidade e sociais. Jéssica D’Angelo, técnica do sistema FAEP/SENAI, explica que outra característica desses cafés são os sabores diferentes.
“Esses cafés possuem notas de chocolate, caramelo, frutas cítricas, notas florais… São cafés excepcionais. Então, aquele consumidor que está acostumado a tomar um café tradicional e prova um café especial, é difícil ele querer retornar pro café tradicional”, afirma D’Angelo.
Cafés especiais são o resultado de uma rede que deve seguir padrões de qualidade, rastreabilidade e sociais. — Foto: Igor do Vale/ Divulgação Café Minamihara
A técnica explica também que este tipo de comportamento está ocorrendo com cada vez mais consumidores.
“Enquanto um café tradicional, que a gente encontra em mercado, tem um aumento de consumo em torno de 2%, em termos de cafés especiais, esse aumento gira em torno de 16% ao ano”, conta.
Produção
Segundo especialistas as principais qualidades dos cafés especiais do Paraná são doçura, corpo e a acidez fosfórica.
Este último item se destaca como característica diretamente ligada à terra roxa do norte do estado como explica José Antônio Rezende da Silva, sócio fundador de uma empresa que compra cafés de produtores paranaenses e paulistas para revender no mercado externo.
“A acidez fosfórica é uma coisa um pouco rara nos cafés e é muito bem vista pelo mercado. Então, se fala muito em acidez fosfórica nos cafés africanos e hoje está muito claro que isso acontece naturalmente nos cafés do Paraná. Essa acidez nos grãos do café produzido no Paraná tem muito a ver com esta questão do solo”, afirma o empresário.
Acidez fosfórica do café é uma característica diretamente ligada à terra roxa do norte do Paraná. — Foto: Divulgação BSCA
José Antônio diz que a procura é tão grande que falta produto para a exportação, e que a empresa já trabalha para o aumento da produção. “Se tivesse mais desse produto, a gente colocaria no mercado. Desde que fundamos a empresa, em 2015, à cada ano, nós temos mais clientes. São novos clientes que estão buscando os cafés do Paraná”, conta.
Para o envio do produto produzido pela empresa de José Antônio, o café verde é embalado e segue em contêineres nos navios até portos de países como os Estados Unidos, Alemanha, Itália e Espanha. A torra é feita pelo comprador, de acordo com as preferências de cada país.
“Ele não pode ter os grãos preto e verde misturados, não pode ser café que caiu no chão, não pode ter grãos quebrados… Tem que ter sido feita uma boa colheita, uma boa secagem, não pode ter tomado chuva…”, diz o exportador.
Fonte: Caminhos do Campo