Por Pr. Rilson Mota
No capítulo 3 de Debaixo das Suas Asas, John Bevere aborda o verdadeiro significado do pecado, desafiando a compreensão limitada e muitas vezes equivocada que muitos cristãos têm sobre o tema. Ele propõe uma análise profunda e bíblica para redefinir o pecado como desobediência à autoridade divina, indo além das percepções comuns associadas a ações externas e visíveis.
O Pecado em Sua Essência
Bevere inicia questionando a percepção comum de que pecado está limitado a comportamentos como adultério, uso de drogas ou embriaguez. Ele destaca que Adão, no Éden, não cometeu nenhum desses atos, mas trouxe consequências devastadoras à humanidade simplesmente ao desobedecer à ordem de Deus. Essa desobediência, explica o autor, é a essência do pecado.
A definição bíblica é enfatizada: “Pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4). A palavra grega usada, anomia, refere-se a viver sem submissão à lei ou à autoridade de Deus. Essa transgressão pode manifestar-se em diversas formas, desde desobediência explícita até a substituição da vontade de Deus pela vontade própria.
O Pecado nas Prioridades Diárias
Bevere utiliza a parábola da Grande Ceia (Lucas 14:16-24) para ilustrar como o pecado pode se manifestar nas escolhas cotidianas. Na narrativa, os convidados rejeitam o convite para a ceia não por cometerem “grandes pecados”, mas por priorizarem negócios, posses ou relacionamentos acima da vontade de Deus. Essas desculpas, embora socialmente aceitáveis, refletem uma rejeição à autoridade divina.
Ele destaca que o pecado nem sempre está em ações moralmente condenáveis, mas no ato de colocar outras prioridades acima de Deus. A mensagem é clara: qualquer atitude que desobedeça ao chamado divino é pecado.
Desobediência e a Condição da Igreja
Bevere critica a condição espiritual de muitos que se consideram cristãos. Ele aponta que o amor ágape, descrito por Jesus como o amor incondicional que caracteriza Seus seguidores, está esfriando (Mateus 24:12). Isso, segundo o autor, ocorre devido à multiplicação da iniquidade dentro da própria igreja. A prática de viver segundo a própria vontade, enquanto se mantém uma aparência de fé, é uma forma sutil e perigosa de desobediência.
O autor conecta essa ideia com Mateus 7:21-23, onde Jesus rejeita aqueles que professam fé sem obedecer à vontade do Pai. Mesmo realizando milagres e expulsando demônios, essas pessoas são condenadas por praticarem a iniquidade, que Bevere define como a recusa em submeter-se à autoridade de Deus.
A Verdadeira Definição de Pecado
Bevere reforça que pecado não é apenas o rompimento de regras morais, mas uma rejeição ativa à autoridade de Deus. Ele cita exemplos como a falta de submissão à vontade divina em questões diárias e a negligência ao chamado do Senhor. Essa visão amplia a compreensão de pecado, mostrando que até mesmo atitudes aparentemente inocentes podem ser transgressões se colocarem a vontade própria acima da divina.
A Necessidade de Obediência
No final do capítulo, Bevere enfatiza que Deus não busca apenas ações externas, mas corações verdadeiramente submissos. Ele conclui que a obediência é o reflexo do amor genuíno por Deus, citando João 14:24: “Quem não me ama, não guarda as minhas palavras.” A intimidade com Deus, expressa no termo grego ginosko, só é possível para aqueles que vivem em obediência aos Seus mandamentos.
Reflexões do Capítulo
- Pecado Redefinido: Não é apenas violar regras morais, mas desobedecer à autoridade divina.
- Exemplo de Adão: A transgressão de Adão no Éden mostra que até mesmo um ato simples de desobediência pode ter consequências eternas.
- Impacto na Igreja: A multiplicação da iniquidade dentro da igreja revela a necessidade de um retorno à verdadeira obediência.
- Amor e Obediência: O amor por Deus é demonstrado pela submissão à Sua vontade, e não apenas por palavras ou rituais externos.
Bevere conclui com um alerta urgente: sem um entendimento correto do pecado, muitos serão enganados e surpreendidos no dia do julgamento. A obediência, motivada pelo amor a Deus, é o verdadeiro caminho para a vida eterna.
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