Por Pr. Rilson Mota
Vivemos uma era em que os fundamentos da fé cristã estão sob ataque constante, não apenas de influências externas, mas também de mudanças internas que transformaram a natureza da igreja. De uma comunidade historicamente cristocêntrica, orientada para Jesus como centro e foco de adoração e obediência, a igreja do século 21 caminha para uma cultura antropocêntrica, onde o ser humano – suas vontades, conveniências e emoções – tem cada vez mais prevalecido sobre o propósito e o senhorio de Cristo. Essa realidade traz desafios intensos para aqueles que buscam viver a genuína fé cristã em um mundo cada vez mais moldado pelo relativismo.
O apóstolo Paulo advertiu sobre os tempos em que os homens não suportariam a sã doutrina, mas, “tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos” (2 Timóteo 4:3). Essa advertência ganha uma relevância especial para a igreja moderna, que frequentemente adapta sua mensagem para agradar aos ouvintes e evitar conflitos com a cultura contemporânea. Muitos líderes e congregações têm abandonado a pregação da cruz, do arrependimento e do autonegar-se (Lucas 9:23), para oferecer uma mensagem que valoriza o bem-estar e o sucesso pessoal acima do compromisso de carregar a cruz de Cristo. Essa mudança representa não apenas um afastamento dos ensinamentos bíblicos, mas uma erosão do próprio fundamento da fé cristã.
Outra questão preocupante é o retorno do farisaísmo, que Jesus criticou fortemente em Mateus 23. Muitas igrejas e líderes criam um legalismo moderno, onde a aparência e a reputação religiosa substituem a verdadeira obediência a Deus. Jesus advertiu: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mateus 15:8). Em vez de promover uma transformação interior, alguns líderes priorizam a imagem de santidade, relegando a essência do evangelho – o amor, a misericórdia e a justiça – a segundo plano. Isso gera uma comunidade de cristãos que conhecem a retórica, mas desconhecem a profundidade de um relacionamento autêntico com Deus.
Em contrapartida, Jesus nos ensina que “quem quiser ser o primeiro, que seja o servo de todos” (Marcos 10:44). Para os cristãos do século 21, o desafio é resistir a essas distorções e retornar ao cristianismo simples e autêntico. O chamado é para voltar a uma vida centrada em Cristo, que busca glorificar a Deus acima de tudo, sem se preocupar com a aprovação do mundo. A solução está em uma comunidade comprometida com a Palavra, que ora fervorosamente, busca a verdade e se compromete com a transformação pessoal que só Cristo pode oferecer.
O cristão de hoje é desafiado a examinar o próprio coração e as práticas de sua comunidade de fé, perguntando-se: “Estamos vivendo para Deus ou apenas para nosso conforto?” Afinal, o evangelho de Cristo nunca foi uma promessa de vida fácil, mas um convite para morrer para si mesmo e viver para Deus. Somente ao retornar à essência da Palavra de Deus e rejeitar o antropocentrismo podemos, como igreja, ser novamente uma luz verdadeira em um mundo cada vez mais em trevas.
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