Um estudo divulgado pela Rede de Observatórios da Segurança revelou que cerca de 90% das pessoas mortas pela polícia em 2023 eram negras. Embora os números sejam alarmantes e exijam uma análise cuidadosa, é crucial compreender o contexto amplo que influencia esses dados, como a falta de investimento em educação e segurança pública, a ausência de políticas de apoio real às comunidades e as políticas governamentais que, em alguns casos, acabam favorecendo a reincidência criminal.
A situação complexa e trágica que envolve a violência policial e as mortes em operações nas comunidades periféricas é, em parte, consequência de uma política pública que, em vez de fortalecer a prevenção ao crime e o apoio social, parece focar em benefícios aos infratores. A prática da audiência de custódia, por exemplo, embora destinada a garantir direitos e coibir abusos, na prática tem levado à soltura rápida de detidos por crimes graves, o que incentiva a reincidência e fragiliza a segurança pública. Com um sistema que libera infratores sem um acompanhamento adequado, aumenta-se o ciclo de criminalidade que afeta diretamente as comunidades mais vulneráveis.
Além disso, a ausência de investimentos substanciais em educação e em programas de formação profissional para jovens das periferias contribui para manter essas regiões em um estado de constante vulnerabilidade. Em vez de políticas de incentivo ao desenvolvimento educacional e à inclusão no mercado de trabalho, observa-se uma estrutura pública que não oferece alternativas eficazes para os jovens, deixando-os expostos a uma vida de exclusão e, muitas vezes, à atração pelo crime como única forma de ascensão social.
Enquanto a polícia é responsabilizada pela violência em áreas de alta criminalidade, falta uma ação efetiva para reduzir a criminalidade de forma estrutural e preventiva. Investir em segurança pública vai além de armamentos e patrulhamento; inclui iniciativas educacionais e programas que rompam com o ciclo de pobreza e marginalização. Sem isso, a violência segue em um ciclo vicioso. Ignorar o contexto social e econômico nessas análises é oferecer uma visão distorcida, que não resolve o problema de fato e nem protege as vidas em risco nas periferias brasileiras.
Uma análise justa deve reconhecer a complexidade e a necessidade de uma resposta integrada, onde segurança, educação e políticas de prevenção ao crime andem de mãos dadas.
Por Pr. Rilson Mota
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