Por Pr. Rilson Mota
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é um marco no calendário brasileiro para lembrar a luta contra o racismo e valorizar a contribuição da população negra na construção do país. No entanto, essa data, que deveria promover a união e a reflexão coletiva, muitas vezes se torna palco de divisões e narrativas seletivas, especialmente quando utilizada como ferramenta de disputas políticas.
A escolha da data homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra contra a escravidão. Criada pelo Movimento Negro Unificado (MNU) em 1978, foi oficializada em 2011, durante o governo Dilma Rousseff, com a sanção da Lei nº 12.519. Apesar de não ser feriado nacional, vários estados e municípios adotaram a data como feriado local, com o objetivo de fomentar discussões sobre igualdade racial e memória histórica.
A Diversidade da População Brasileira e o Papel dos Negros Conservadores
O Brasil é um país diverso, como mostram os dados do Censo Demográfico de 2022, que apontam que 45,3% da população se declara parda, 43,5% branca e 10,2% preta. Esse mosaico racial é um reflexo da riqueza cultural do país, mas também de desafios históricos que ainda precisam ser superados. No entanto, é crucial destacar que a luta por igualdade não deve ser limitada a um espectro político ou ideológico.
Embora os discursos predominantes no Dia da Consciência Negra sejam frequentemente associados a pautas progressistas, há muitos negros conservadores que defendem valores como mérito, família e liberdade econômica. Esses indivíduos, muitas vezes excluídos das narrativas tradicionais, também devem ser lembrados e celebrados. A luta por igualdade racial não é exclusiva de uma visão política, mas um esforço coletivo que deve incluir todas as vozes.
Como bem afirmou o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), o Simples Nacional, que beneficia milhões de micro e pequenos empreendedores — muitos deles negros —, é um exemplo de política pública que promove inclusão produtiva, independente de alinhamentos ideológicos. Negros conservadores, que muitas vezes se destacam no empreendedorismo, representam um segmento importante na construção de uma sociedade mais justa.
O Perigo da Separação por Narrativas Ideológicas
Um dos grandes desafios do Dia da Consciência Negra é evitar que ele seja usado como uma ferramenta de divisão. A esquerda política, por vezes, adota narrativas que reforçam uma separação racial, criando um discurso que destaca as diferenças em vez de promover a união. No entanto, a cor da pele não deveria ser usada como um critério para segmentar as lutas sociais ou alinhar pessoas a uma ideologia específica.
Personalidades negras de diferentes espectros ideológicos mostram que a diversidade de pensamento deve ser respeitada. De líderes empresariais a representantes religiosos, negros conservadores contribuem significativamente para o debate público, defendendo a inclusão por meio de esforços individuais e políticas baseadas em responsabilidade e liberdade.
Reflexão para uma Sociedade Inclusiva
A politização do Dia da Consciência Negra por determinados grupos é um reflexo das contradições da sociedade brasileira. Se, por um lado, a data oferece um espaço para discutir desigualdades históricas, por outro, sua apropriação pode distorcer o propósito de promover uma reflexão ampla e inclusiva.
Em vez de alimentar divisões, o 20 de novembro deve ser uma oportunidade para reconhecer a contribuição de todos os brasileiros, independentemente de cor ou ideologia. A luta por igualdade racial não pode ser sequestrada por narrativas que excluem ou marginalizam vozes dissonantes, sejam elas progressistas ou conservadoras.
O desafio é claro: construir uma sociedade onde a cor da pele seja apenas um detalhe, e não um divisor. O Dia da Consciência Negra deve ser uma celebração da diversidade e um compromisso com um futuro onde todos tenham as mesmas oportunidades para prosperar. Afinal, o combate ao racismo é uma causa de todos — e para todos.
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