Por Pr. Rilson Mota
Em um caso que transformou a busca por beleza em um trágico pesadelo, o Ministério Público do Paraná (MPPR) deu um passo significativo em Cascavel, no Oeste do estado, ao denunciar um casal por crimes que vão muito além da esfera estética. A denúncia, oficializada pela 9ª Promotoria de Justiça de Cascavel e aceita pelo Judiciário em 6 de fevereiro de 2025, revela uma história de confiança traída e danos irreparáveis.
A vítima, que ansiava por uma aparência mais vigorosa através do uso de um bioestimulador de colágeno chamado Sculptra, foi submetida a uma prática muito distante do prometido. Em vez do ácido poli-L-láctico, substância segura e aprovada para o uso estético, foi aplicado no seu rosto PMMA, ou polimetilmetacrilato, um material conhecido por suas complicações severas e permanentes. Este produto, que não conta com a recomendação da Anvisa para procedimentos faciais, pode causar desde inflamações crônicas até deformidades visíveis, como a vítima infelizmente descobriu.
Os réus, uma médica e um farmacêutico, são acusados de não apenas lesão corporal, mas também de estelionato, dado que a paciente pagou por um serviço de alto valor e recebeu uma substância de menor custo, com riscos completamente diferentes dos esperados. A denúncia destaca a intencionalidade da fraude, onde a médica, que administra a clínica, permitiu que seu sócio, o farmacêutico, realizasse o procedimento, mesmo sabendo dos perigos envolvidos.
O farmacêutico, além das acusações de lesão e estelionato, enfrenta também uma acusação pelo exercício ilegal da medicina, uma vez que a aplicação de substâncias para fins estéticos não está dentro de sua competência profissional. Este detalhe legal agrava ainda mais a situação, mostrando uma clara violação das normas que regulam a prática da saúde no Brasil.
A ação penal, agora em andamento na 1ª Vara Criminal da Comarca de Cascavel, não é apenas uma busca por justiça para a vítima, mas também um alerta para toda a sociedade sobre os riscos de procedimentos estéticos sem a devida segurança e ética profissional. A confiança depositada em profissionais da saúde nunca deve ser traída, especialmente quando se trata de algo tão íntimo como a própria aparência.
A jornada de recuperação para a paciente pode ser longa e incerta, pois as deformidades causadas pelo PMMA são, muitas vezes, irreversíveis. Esta história serve como um lembrete de que a estética não deve vir à custa da saúde, e que a busca por beleza exige uma vigilância rigorosa sobre quem e o que está por trás de cada procedimento.
O MPPR, ao denunciar o casal, não apenas busca reparar um dano individual, mas também reforçar a fiscalização sobre clínicas estéticas, garantindo que práticas como essa não se repitam. A responsabilidade que acompanha a manipulação do corpo humano é imensa e deve ser tratada com o máximo respeito e profissionalismo.
A comunidade de Cascavel, e por extensão todo o Paraná, observa este caso com preocupação, esperando que o desfecho do processo judicial traga justiça e previna futuros abusos. A questão vai além dos danos físicos; aborda a integridade profissional, a ética médica e a segurança do consumidor em uma área tão sensível como a estética.
Para o MPPR, este caso é mais que uma denúncia; é uma defesa da dignidade humana, uma luta contra a exploração de confiança e uma proteção dos direitos à saúde e à integridade física. O processo judicial promete ser um exemplo de como a justiça pode intervir para punir aqueles que usam a medicina como fachada para práticas danosas.
Assim, em Cascavel, uma história que começou com a promessa de rejuvenescimento e beleza termina em uma lição dura sobre a importância da ética, da regulamentação e da educação do consumidor. A justiça, agora, terá a palavra final, mas a sociedade já aprendeu a lição: a beleza deve ser acompanhada de responsabilidade e verdade.
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