Uma servidora pública de Brasília teve o casamento interrompido em Planaltina de Goiás na manhã de ontem após o noivo dela, de 31 anos, ter virado alvo de investigação da Polícia Civil pelo crime de estelionato. A vítima do crime, segundo as autoridades, era a própria mulher.
De acordo com o delegado Luiz Gustavo Neiva, o casal estava em um relacionamento há dois anos e estavam prestes a se casar no cartório quando policiais da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) intervieram na celebração. “Nós conseguimos impedir esse casamento a tempo. Ela tomou conhecimento de toda a fraude. Ele [o noivo] inventava diversas histórias para tomar o dinheiro dela”, diz Neiva.
O homem criava situações para a ex-noiva nas quais pedia grandes quantidades de dinheiro. A polícia estima que o valor da perda passe dos R$ 500 mil. “Ele dizia que foi preso em uma cidade em Goiás e que precisava pagar fiança, que era dependente químico e o traficante cobrava uma dívida, que precisava fazer internação em uma clínica para tratamento que custava R$ 9 mil por mês….Chegou a pedir para ela pagar um teste de DNA porque estava sendo acusado de estupro”, conta o delegado. Ainda, segundo ele, a vítima chegou à falência.
Os dois se conheceram por intermédio de uma mulher que trabalhava como faxineira na casa da servidora pública. Ela era prima do homem e, segundo a polícia, estava envolvida no esquema. Além deles, um pai de santo, que é mentor do noivo, e outro homem, que é filho do religioso, também integram a associação criminosa.
Os três confessaram o crime e a mulher ainda deve ser ouvida pela Polícia nesta semana. “Eles contaram toda a farsa, informaram que o objetivo era esse mesmo, de tirar o máximo de dinheiro da servidora pública. Ele [noivo] inclusive tem uma companheira, com quem mantinha um relacionamento paralelo, e que sabia da história toda e consentia”, afirma o delegado.
Os quatro investigados deverão responder pelos crimes de estelionato e associação criminosa. Além disso, o homem de 31 anos também deverá responder de acordo com a Lei Maria da Penha, já que viveu um relacionamento amoroso durante anos com a vítima.
Heloísa Barrense Do UOL, em São Paulo