Na segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025, o governo federal jogou uma boia de salvação ao setor agropecuário brasileiro com a edição da Medida Provisória 1.289/2025, liberando R$ 4,17 bilhões em crédito extraordinário para o Plano Safra 2024-2025. Assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a MP é uma resposta emergencial à suspensão das linhas de financiamento que sustentam produtores rurais, uma decisão que reflete tanto a força do agronegócio quanto as fragilidades de um Congresso que deixou o Orçamento de 2025 preso em um limbo pós-Carnaval. O dinheiro, que já está em vigor, é um grito de urgência em um país que depende do campo para comer e crescer.
O Plano Safra, com suas taxas de juros abaixo do mercado, é a espinha dorsal da produção agrícola nacional, e os R$ 4,17 bilhões vêm para irrigar um setor sedento. Do total, R$ 3,53 bilhões vão direto para custeio agropecuário, comercialização e investimentos rurais e agroindustriais — o combustível que move os grandes produtores e garante que o Brasil continue sendo o celeiro do mundo. Enquanto isso, R$ 645,7 milhões são destinados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), uma linha vital para os pequenos agricultores que plantam o feijão e o arroz de cada dia.
A necessidade dessa MP expõe uma ferida política que sangra desde o ano passado. Na quinta-feira, 20 de fevereiro, o Tesouro Nacional puxou o freio das contratações do Plano Safra, paralisando financiamentos por falta da Lei Orçamentária Anual 2025 (PLN 26/2024). O Congresso, atolado em suas próprias prioridades e adiando a votação para depois do Carnaval, deixou o setor agropecuário — e o prato do brasileiro — à mercê de uma canetada de emergência. O presidente da Comissão Mista de Orçamento, Julio Arcoverde (PP-PI), marcou a votação para 11 de março, mas até lá, o campo não podia esperar.
A MP, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, é mais do que um tapa-buraco financeiro; é uma manobra política que revela o jogo de forças em Brasília. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a medida na sexta-feira anterior, após pressões do agronegócio e da base aliada, que viam na suspensão um risco à economia e à imagem do governo Lula. Com R$ 4,17 bilhões, o Plano Safra ganha fôlego para manter o crédito subsidiado, mas o custo político é alto: o Palácio do Planalto teve que usar um crédito extraordinário, uma ferramenta que deveria ser exceção, não regra.
O agro, que responde por cerca de 25% do PIB brasileiro, não é apenas números; é o sustento de milhões e o orgulho de uma nação que exporta para o mundo. A suspensão de financiamentos, mesmo que por poucos dias, foi um soco no estômago de produtores que planejam safras com meses de antecedência. A MP 1.289/2025 devolve o oxigênio, mas levanta perguntas duras: por que o Congresso, sabendo da importância do Plano Safra, deixou o Orçamento escorregar para março? A resposta está em Brasília, onde interesses partidários muitas vezes pesam mais que o trigo nos silos.
Essa medida também é um espelho das tensões entre o governo e o Legislativo. Haddad, ao garantir que os recursos cabem no arcabouço fiscal, tenta acalmar o mercado, mas a demora na LOA expõe um Legislativo que parece jogar xadrez enquanto o campo pede ação. O crédito extraordinário, embora eficaz, é um remendo em um sistema que deveria funcionar como relógio — e não como uma colcha de retalhos costurada às pressas após o Carnaval.
Para os pequenos agricultores do Pronaf, os R$ 645,7 milhões são uma tábua de salvação em um mar de incertezas. Já os grandes produtores, com R$ 3,53 bilhões, voltam a respirar, mas sabem que o futuro depende de um Congresso que pare de dançar ao ritmo das festas e vote o Orçamento. A política brasileira, mais uma vez, mostra seu lado torto: o agro sustenta o país, mas precisa implorar por algo que deveria ser garantido.
Aos leitores do Amor Real Notícias, essa é a política crua que vocês merecem conhecer: um Brasil onde o campo é rei, mas depende de canetadas de emergência para não parar. A MP 1.289/2025 é um alívio, mas não uma cura — o verdadeiro remédio está em Brasília, e ele tarda. Que o Plano Safra floresça, e que o Congresso acorde, porque o agro não vive de promessas, mas de sementes que precisam de terra firme para crescer.
Amor Real Notícias: Informando com responsabilidade e compromisso com a verdade.
Acompanhe nossas atualizações nas redes sociais e fique bem informado:
WhatsApp | Instagram | Telegram | Facebook
Entre em contato conosco:
Email: redacao@amorrealnoticias.com.br