Mas os preços devem subir em razão da invasão russa na Ucrânia.
Rubens Barbosa, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), afirmou que o país não vai ficar desabastecido do produto.
“Não haverá consequência do ponto de vista do fornecimento de trigo ao Brasil”, disse Barbosa nesta sexta-feira, 25. “Temos fornecedores na Argentina, no Paraguai, no Uruguai, nos Estados Unidos, e a produção nacional vem aumentando. Até o momento, não há ameaça de falta do produto no mercado brasileiro.”
A Abitrigo reconhece que o mercado nacional “importa 60% do volume processado”, mas explica que o suprimento não depende da produção dos russos e dos ucranianos.-Publicidade-
“O volume adquirido da Rússia é ‘pequeno’ e 85% do cereal internalizado é argentino”, informou. “O país não compra trigo da Ucrânia”. Segundo o órgão, os russos enviaram “apenas 28 mil toneladas” das 6 milhões de toneladas que o país importou — e mais de 5 milhões foram de cereais argentinos.
Ainda assim, o presidente da Abitrigo disse que a invasão da Ucrânia pela Rússia deve continuar elevando os preço do cereal no Brasil. Isso acontece porque os dois países do leste europeu estão entre os maiores players mundiais do mercado.
“As incertezas sobre a guerra já impactaram o preço do trigo internacional, que subiu 15%”, afirmou Barbosa. “Com o conflito vem ainda o custo indireto das sanções que devem ser aplicadas à exportação dos fertilizantes e insumos ”.
A demanda brasileira por trigo
O consumo de trigo do Brasil deve ficar próximo de 14 milhões de toneladas em 2022, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento. A produção nacional para o período é projetada em mais de 7 milhões de toneladas. Ou seja: o país vai precisar de 7 milhões de toneladas do grão exportadas por outros países.
Fonte: Revista Oeste