Por Pr. Rilson Mota
A economia brasileira inicia 2025 com sinais preocupantes. A Dívida Pública Federal (DPF) ultrapassou a marca de R$ 7,2 trilhões em novembro de 2024, um aumento de 1,85% em relação ao mês anterior. Essa escalada é impulsionada, em grande parte, pelos altos juros básicos e pela valorização do dólar, que tem impactado diretamente a dívida externa do país. Sob o governo Lula, críticas à condução da política econômica se intensificam, especialmente em um cenário marcado por um endividamento crescente e uma carga tributária sufocante.
A Montanha de Dívidas
O crescimento da DPF é reflexo de uma política econômica que depende fortemente da emissão de títulos para financiar o governo. Em novembro, a Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi), que inclui títulos emitidos no mercado interno, aumentou 1,71%, somando R$ 6,86 trilhões. No mercado externo, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu ainda mais, 4,78%, alcançando R$ 340,76 bilhões, pressionada pela valorização do dólar.
Os números estão dentro da meta estabelecida pelo Plano Anual de Financiamento (PAF) revisado, mas especialistas alertam para o risco de insustentabilidade a longo prazo. “O governo está caminhando em uma corda bamba. Juros altos e um dólar valorizado podem gerar um efeito cascata que compromete não só as contas públicas, mas toda a economia”, aponta o economista Ricardo Almeida.
Juros: O Inimigo Invisível
A taxa Selic, atualmente em 12,25% ao ano, é um dos principais vilões dessa história. Os altos juros aumentam a despesa do governo com a apropriação de juros sobre os títulos emitidos, elevando o estoque da dívida pública. Em novembro, a apropriação de juros representou um acréscimo de R$ 58,75 bilhões à dívida.
Enquanto o governo argumenta que os juros altos são uma herança do governo anterior, críticos apontam para a incapacidade da atual gestão em negociar uma política fiscal mais austera que permita a redução das taxas de juros sem comprometer o controle inflacionário.
Dólar: O Fantasma Internacional
No mercado externo, o cenário também não é favorável. A alta do dólar, que começou a ganhar força em meados de 2024, está ligada ao aumento dos juros nos Estados Unidos e à instabilidade política global. Essa valorização tem impacto direto na dívida pública vinculada ao câmbio, que subiu para 4,72% da DPF.
O peso do dólar reflete diretamente na credibilidade do Brasil no mercado internacional. “Um dólar valorizado combinado com uma economia doméstica frágil reduz a atratividade do país para investidores estrangeiros e aumenta o custo da dívida externa”, analisa a consultora financeira Mariana Torres.
Crescimento Econômico em Xeque
A falta de perspectivas claras para o crescimento econômico é outro ponto de crítica. A carga tributária elevada, que beira 35% do PIB, sufoca empresas e desestimula investimentos. Além disso, a instabilidade gerada por mudanças frequentes nas regras tributárias afeta a confiança do setor privado.
“Sem uma política econômica consistente, estamos condenados a crescer menos do que nosso potencial. O governo Lula precisa urgentemente repensar sua estratégia, priorizando reformas estruturais que reduzam a burocracia e incentivem o investimento privado”, afirma o empresário João Pedro Ferreira.
Um Colchão para Turbulências?
Apesar dos desafios, o Tesouro Nacional mantém um “colchão” financeiro para enfrentar eventuais crises. Em novembro, essa reserva subiu para R$ 856 bilhões, o equivalente a 7,25 meses de vencimentos da dívida pública. No entanto, especialistas alertam que essa reserva é insuficiente para enfrentar uma crise prolongada.
O Peso na Sociedade
Enquanto o governo enfrenta dificuldades para gerenciar sua dívida, o impacto é sentido diretamente pela população. O custo de vida aumenta com o dólar alto, e o crédito encarece com os juros elevados. Para muitos brasileiros, o sonho de adquirir um imóvel, um veículo ou investir em um negócio próprio se torna cada vez mais distante.
A incapacidade do governo em reduzir a carga tributária também é alvo de críticas. “O contribuinte brasileiro paga uma das maiores cargas tributárias do mundo e recebe serviços de qualidade questionável. Isso é insustentável”, critica a advogada tributarista Laura Mendes.
O Papel da Política
Críticos apontam que as dificuldades econômicas do Brasil são agravadas pela falta de uma liderança política que inspire confiança. A esquerda, com seu discurso de aumento de gastos públicos e resistência a reformas fiscais, é vista por muitos como parte do problema.
“O governo Lula parece mais preocupado em agradar suas bases políticas do que em enfrentar os desafios reais da economia. Precisamos de políticas que incentivem a produtividade, e não de medidas populistas que só agravam o endividamento”, opina o cientista político André Santos.
Olhando para 2025
O futuro não parece promissor. Com a dívida pública em crescimento e poucos sinais de redução nos juros, o Brasil corre o risco de cair em um ciclo vicioso de endividamento e baixo crescimento econômico. A pressão por reformas, como a tributária e a administrativa, é cada vez maior, mas enfrenta forte resistência no Congresso.
Enquanto isso, a população brasileira segue pagando o preço de uma política econômica que parece mais preocupada em apagar incêndios do que em construir uma base sólida para o crescimento sustentável. O governo Lula, agora em seu terceiro mandato, enfrenta o desafio de reverter essa percepção e provar que é capaz de conduzir o país a um futuro mais próspero.
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