O caso aconteceu na noite do último sábado (19), na cidade de Patos (PB)
O delegado Renato Leite, da Polícia Civil da Paraíba (PB), responsável por investigar a ação de um menino de 13 anos suspeito de causar uma tragédia familiar a tiros na cidade de Patos, acredita que o adolescente preferiria que todos os familiares não sobrevivessem aos disparos. A fala foi dita após a ocorrência, noite do último sábado (19), em que o policial comenta o depoimento feito pelo garoto na delegacia.
Segundo o médico-cirurgião responsável por cuidar do pai do suspeito, socorrido após a ocorrência, ele ficará paraplégico. Apesar disso, o homem de de 56 anos ainda não passou por cirurgia e está consciente.
“Eu percebi, infelizmente, que quando ele (adolescente) soube que o pai estava vivo, se assustou. Acho que ele estaria mais satisfeito se todos os três estivessem mortos”, iniciou o delegado.
Além do pai, que é um policial reformado, a mãe e o irmão do adolescente de 13 anos foram atingidos. Estes dois últimos, no entanto, não resistiram aos ferimentos e morreram na hora.
Qual foi o motivo que levou a tragédia familiar na cidade de Patos (PB)
Ainda de acordo com Leite, o adolescente relatou que o pai tomou o celular dele em decorrência de notas baixas da escola e o impediu de jogar um jogo virtual.
“Uma família foi destruída por conta da virtualização da vida, vamos dizer assim. O adolescente alegou que os pais lhe privavam de jogar este jogo e esta, segundo ele, foi a gota d’ água”, comentou.
O adolescente também disse aos investigadores que o fato dele não poder jogar o jogo, o impedia de manter contato com amigos da escola. Com isso, conforme dito pelo suspeito em depoimento, ele se sentia pressionado.
“A turma dele da escola jogava esse mesmo jogo e ele tirando notas baixas, não cumprindo seu dever enquanto estudante, mas também suas tarefas domésticas, já que também afirmou que se sentia pressionado quando era os pais o cobravam para lavar a louça ou arrumar a cama, armou-se com a arma do pai e fez o que fez. Infelizmente”, detalhou Leite.
Como aconteceu a ocorrência envolvendo o adolescente e a família na Paraíba
Depois de ser socorrido, o próprio pai disse aos policiais que a arma usada pelo filho era dele. O armamento foi pego pelo filho no momento em que o policial reformado saiu para comprar um remédio para a mãe.
Então, o adolescente, de acordo com a polícia, colocou o irmão mais novo no quarto e foi até o escritório para pegar a arma que estava em um armário fechado. O disparo foi feito contra a cabeça da mãe.
“O irmão mais novo escutou, veio em direção à mãe, e começou a brigar com o adolescente. Foi quando o pai chegou, tentou desarmá-lo, mas foi atingido pelo filho. Ao ver a cena, a criança de 7 anos se abraçou ao pai, desesperada, e também foi morta pelo irmão”, declarou.
Ao ser questionado sobre a precisão dos tiros, o delegado não detalhou como o adolescente aprendeu a atirar, embora tenha dito que o suspeito conheceu a arma após o pai apresentá-la.
“Ele alegou que o pai mostrou a arma a ele, mas de uma forma controlada. Por ser policial, o pai o fez por uma ‘questão de curiosidade’. No entanto, o jovem disse que não tinha atirado”, finalizou o delegado.
Logo após atirar contra os familiares, o adolescente, segundo o delegado, guardou a arma, chamou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e tentou simular que teria havido um assalto. Neste momento, o adolescente está aguarda uma decisão judicial por parte do Ministério Público da Paraíba.
Fonte: Banda B