O governo federal se vê diante de uma encruzilhada: com as contas públicas em vermelho, a solução parece recair novamente sobre a classe trabalhadora, enquanto promessas de campanha ficam pelo caminho. Em mais uma tentativa de reequilibrar o orçamento, a equipe econômica discute o “redesenho” do abono salarial, um benefício que, na prática, é um “14º salário” para trabalhadores formais que recebem até dois salários mínimos. Em 2025, o custo do abono deve alcançar R$ 30,7 bilhões, um valor que pressiona as contas e leva o governo a cogitar mudanças.
A promessa de manutenção de benefícios vinculados ao salário mínimo, como o próprio abono e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), é constantemente reafirmada, mas parece esbarrar na realidade fiscal. Embora o governo tenha descartado a desvinculação do salário mínimo desses benefícios, a ideia de restringir o alcance do abono levanta questionamentos. Afinal, quem realmente será impactado por essa “readequação”? Para muitos, soa como mais uma tentativa de cobrir rombos nas contas públicas às custas dos trabalhadores, enquanto grandes gastos em setores menos prioritários continuam a ser mantidos.
Essas reuniões recentes, embora com propostas e ajustes de políticas, parecem revelar um governo que, ao invés de decisões consistentes, demonstra hesitação e falta de um plano claro. Cada medida surge como um “remendo” improvisado, sem a garantia de um alívio real e duradouro para o orçamento. Em vez de uma abordagem estratégica que promova a eficiência, as decisões oscilam entre o corte de benefícios essenciais e a revisão dos mecanismos de controle social, como a inclusão da biometria para evitar fraudes. O questionamento que fica é se o governo tem um projeto sólido ou se está apenas “apagando incêndios”, movido mais pela pressão do déficit do que por um compromisso com a melhoria do sistema.
E, no fim das contas, quem pagará a conta de tudo isso? A resposta, ao que parece, recai novamente sobre a população trabalhadora, que vê benefícios sendo ameaçados e poucos sinais de mudanças substanciais nos gastos exorbitantes de um governo que ainda não encontrou o equilíbrio entre promessa e realidade.
Enquanto o governo se compromete a manter o vínculo do abono e do BPC com o salário mínimo, a ideia de restringir o acesso a esses benefícios – redirecionando-os para uma parcela ainda mais limitada da população – levanta preocupações. Não é difícil imaginar que, ao tentar aliviar a pressão sobre os cofres públicos, o governo acabe sacrificando justamente os trabalhadores de menor renda, que mais precisam desses recursos. Em vez de um ajuste sustentável e inclusivo, o que se vê são cortes que recaem sobre a classe mais vulnerável, enquanto outros gastos desnecessários ou pouco transparentes permanecem intocados.
As reuniões da equipe econômica, focadas em tentar “otimizar” as políticas sociais, também trazem questões inquietantes. Medidas como a exigência de biometria para evitar fraudes no pagamento dos benefícios são, à primeira vista, uma tentativa válida de melhorar a gestão. No entanto, sem um planejamento adequado e uma estrutura de implementação eficiente, essa proposta pode se tornar mais um obstáculo burocrático para quem já enfrenta dificuldades. Além disso, se o objetivo é mesmo combater as irregularidades, por que não se vê o mesmo rigor em revisar outras áreas de gasto público igualmente urgentes e de alto impacto?
Essas discussões parecem retratar um governo sem direção clara, onde medidas paliativas são adotadas em cima da hora para “tapar buracos” e acalmar os mercados, mas sem uma estratégia de longo prazo que ofereça segurança e estabilidade ao trabalhador brasileiro. Ao final, fica a pergunta: até quando o trabalhador será o único a arcar com o peso das decisões equivocadas e dos ajustes superficiais?
Por Pr. Rilson Mota
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