Brasília, 18 de dezembro de 2025 –
O Tesouro Nacional autorizou nesta quinta-feira um empréstimo bilionário de doze bilhões de reais para os Correios, visando uma reestruturação financeira urgente. A medida, aprovada em Brasília, expõe a fragilidade de uma estatal outrora lucrativa, agora mergulhada em dívidas profundas. Embora o valor seja inferior aos vinte bilhões inicialmente pleiteados, a liberação de recursos públicos levanta sérios questionamentos sobre a viabilidade econômica e a gestão administrativa da empresa.
A crise que assola os Correios não é um fenômeno recente, mas o resultado de anos de má gestão sistêmica e escolhas administrativas equivocadas. A estatal, que deveria ser um modelo de eficiência logística, transformou-se em um sorvedouro de recursos, incapaz de competir com a agilidade do setor privado. O sucateamento de agências e o atraso tecnológico são apenas a ponta do iceberg de uma estrutura que parou no tempo.
A interferência política tem sido o câncer que corrói a autonomia técnica da instituição, transformando cargos estratégicos em moedas de troca partidária. Indicações sem critérios de competência técnica resultaram em decisões desastrosas, que priorizaram interesses de curto prazo em detrimento da saúde financeira da estatal. Esse aparelhamento compromete a governança e impede que reformas estruturais necessárias sejam implementadas com a seriedade que o cenário atual exige desesperadamente.
O fantasma da corrupção continua a assombrar os corredores da empresa, com escândalos que drenaram bilhões de reais ao longo das últimas décadas. Desvios em fundos de pensão e contratos superfaturados criaram um rombo que agora precisa ser coberto com dinheiro novo. A falta de mecanismos rígidos de controle e a impunidade alimentaram um ciclo vicioso de perdas, onde o patrimônio público foi dilapidado por interesses escusos.
Os termos do empréstimo aprovado estipulam um prazo de pagamento de quinze anos, com três anos de carência e juros de cento e quinze por cento do CDI. Para o ano de dois mil e vinte e cinco, o uso está limitado a cinco bilhões e oitocentos milhões de reais, teto compatível com a meta de déficit primário. Essa engenharia financeira tenta dar fôlego à estatal, mas impõe um fardo pesado.
A pergunta crucial que ecoa entre os contribuintes é: quem pagará essa conta bilionária no final das contas? Embora o governo tente vender a ideia de uma reestruturação autossustentável, o risco recai diretamente sobre o Tesouro Nacional e, consequentemente, sobre o bolso do cidadão brasileiro. Se a estatal não recuperar sua eficiência, o empréstimo se tornará mais uma dívida impagável que será socializada com toda a população.
Enquanto empresas privadas de logística expandem suas operações e lucram com o crescimento do comércio eletrônico, os Correios perdem mercado e relevância. A incapacidade de adaptação às novas demandas digitais é um reflexo direto de uma gestão engessada por burocracias e interesses políticos. O empréstimo de doze bilhões de reais parece ser apenas um paliativo para uma doença que exige uma cirurgia profunda na forma de administrar.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pressionou por uma solução rápida, evidenciando a urgência do governo em estancar a sangria financeira da estatal antes do fim do ano. A pressa na aprovação, contudo, gera preocupações sobre a profundidade da análise técnica realizada pelas instituições financeiras envolvidas. Sem um plano de negócios robusto e transparente, o aporte bilionário corre o risco de ser apenas mais um desperdício de dinheiro.
Cinco instituições financeiras, incluindo bancos públicos e privados, participaram da validação do plano de reequilíbrio financeiro apresentado pelos Correios para obter o aval. No entanto, o sigilo sobre os nomes dessas instituições levanta suspeitas sobre a transparência do processo de aprovação. A sociedade tem o direito de saber quais critérios foram utilizados para considerar a empresa capaz de honrar compromissos tão vultosos em um cenário incerto.
A qualidade dos serviços prestados aos cidadãos continua a declinar, com atrasos frequentes e extravios de encomendas que prejudicam consumidores e pequenos empreendedores. O caos operacional é o reflexo direto do desinvestimento em infraestrutura básica e na valorização dos funcionários de carreira, que sofrem com a má gestão. O foco excessivo em manobras financeiras parece distanciar a estatal de sua missão primordial de integrar o país eficientemente.
O risco de o empréstimo não ser suficiente para salvar a estatal é real e assustador para as contas públicas brasileiras. Se a reestruturação falhar, os doze bilhões de reais serão apenas o começo de novos pedidos de socorro financeiro ao Tesouro. A história recente de empresas públicas mostra que, sem uma mudança radical na cultura organizacional e o fim da interferência política, o dinheiro público acaba sendo mal aproveitado.
A aprovação deste crédito bilionário coloca os Correios em uma encruzilhada histórica entre a recuperação definitiva ou o colapso total. O sucesso da operação depende exclusivamente da capacidade de a empresa se livrar das amarras da corrupção e da má gestão política. O povo brasileiro, cansado de arcar com os prejuízos de estatais ineficientes, aguarda resultados concretos que justifiquem o uso de recursos tão escassos e valiosos.
Comentário Exclusivo:
A aprovação desse empréstimo bilionário é o atestado definitivo da falência gerencial que consome os Correios há anos. É inadmissível que o contribuinte seja novamente chamado a financiar a ineficiência de uma estatal que se tornou refém de conchavos políticos e esquemas de corrupção. O governo tenta maquiar a crise com dívidas, mas a realidade é que estamos pagando o preço alto por uma gestão que prioriza ideologia sobre competência.
O caos nos Correios não se resolve com doze bilhões de reais, mas com uma limpeza profunda em sua estrutura de comando. Enquanto cargos técnicos forem ocupados por apadrinhados, o dinheiro público continuará sendo jogado em um poço sem fundo de desperdício e má fé. A conta desse empréstimo chegará para todos nós, através de impostos ou serviços precários, evidenciando que a conta da corrupção nunca é paga pelos culpados.
Por Pr. Rilson Mota
Amor Real Notícias: Informando com responsabilidade e compromisso com a verdade.





