Por Pr. Rilson Mota
Na terça-feira (12), o diretor-presidente da Consolare, Mauricio Costa, compareceu à Câmara Municipal de São Paulo para prestar esclarecimentos sobre supostas irregularidades e descumprimentos contratuais na administração dos cemitérios municipais. A empresa, responsável pela gestão de diversos cemitérios na capital paulista, como Consolação, Quarta Parada, Santana, Tremembé, Vila Mariana e Vila Formosa, enfrenta denúncias graves que incluem cobranças questionáveis, atendimento precário e problemas de manutenção.
Segundo as informações apresentadas, a Consolare já recebeu 21 notificações da prefeitura por diversas falhas. Dessas, quatro resultaram em multas, mas apenas uma, de R$ 9 mil, foi paga até o momento. O caso envolve uma família que, após a perda de um natimorto, passou por dificuldades para realizar o sepultamento gratuito devido à desatualização do Cadastro Único, sendo mal orientada pela empresa, segundo relatos.
Durante a reunião, os vereadores expressaram preocupações sobre a falta de transparência nos valores cobrados. A vereadora Sonaira Fernandes (PL) destacou o que considerou um “comércio desumano”, relatando que famílias muitas vezes não são informadas sobre facilidades como pagamento em até 60 dias para comprovação de baixa renda. Denúncias apontam que, no atendimento por WhatsApp, a Consolare teria enviado apenas valores referentes ao pacote mais caro, o que contraria os princípios de ética e transparência exigidos para serviços funerários.
Além das cobranças, os vereadores levantaram críticas sobre a infraestrutura dos cemitérios sob a gestão da Consolare. Entre as queixas, estão a falta de pavimentação, mato alto, sujeira e buracos nas vias internas, especialmente no cemitério Vila Formosa. Fotos apresentadas pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, ilustraram essas falhas. “Essas condições refletem um total descaso, e acredito que haveria mais autuações e penalidades se a SP Regula, agência reguladora dos serviços públicos, fosse mais rigorosa”, criticou Nunes.
Mauricio Costa defendeu as ações da Consolare, afirmando que investimentos já foram realizados nas unidades, incluindo R$ 10 milhões no cemitério Quarta Parada e R$ 19 milhões em Vila Formosa. Até 2027, a empresa planeja investir R$ 200 milhões em melhorias, com o objetivo de resolver as pendências apontadas. Contudo, os vereadores seguem céticos quanto ao cumprimento desses compromissos, ressaltando a necessidade de maior fiscalização e rigor por parte das autoridades para garantir um serviço digno à população.
A situação em São Paulo revela desafios significativos na gestão dos cemitérios municipais e reflete uma falta de controle e transparência em um serviço que exige respeito e sensibilidade, especialmente para famílias que enfrentam momentos delicados.
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