Por Pr. Rilson Mota
A Receita Federal anunciou nesta quinta-feira (21) que a arrecadação federal alcançou R$ 247,92 bilhões em outubro, representando um crescimento real de 9,77% em relação ao mesmo mês do ano passado. Este é o maior valor já registrado para um mês de outubro desde o início da série histórica, iniciada em 1995. De janeiro a outubro de 2024, o acumulado atingiu impressionantes R$ 2,217 trilhões, um aumento real de 9,69%.
Os números expressivos refletem o impacto de fatores econômicos e legislativos, como a tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, a atualização de bens no exterior e o desempenho robusto das vendas e serviços. Contudo, além de ilustrar a recuperação econômica do país, eles também levantam questões sobre o peso da carga tributária na população e no setor produtivo.
Impostos e setores que impulsionaram o recorde
O destaque da arrecadação ficou com o PIS/Pasep e a Cofins, que juntos arrecadaram R$ 47,19 bilhões em outubro, um salto real de 20,25% em relação ao ano anterior. A retomada da tributação sobre combustíveis e o aumento nas vendas e serviços foram os principais motores desse crescimento. No acumulado do ano, esses tributos somaram R$ 444,7 bilhões, confirmando sua relevância para os cofres públicos.
Outro segmento que apresentou alta expressiva foi o de impostos sobre importação e produtos industrializados vinculados à importação, que arrecadaram R$ 11,12 bilhões em outubro, um crescimento de 58,12%. O desempenho foi influenciado pela alta do dólar, aumento no volume de importações e elevação das alíquotas médias efetivas desses tributos.
A Receita Previdenciária também registrou avanços, arrecadando R$ 54,2 bilhões em outubro, um crescimento real de 6,25%. Esse resultado foi impulsionado pelo aumento da massa salarial e pelas compensações tributárias no Simples Nacional.
Impactos e reflexões: quem ganha e quem perde com a alta tributária
Os dados demonstram um fôlego fiscal importante para o governo, que precisa equilibrar as contas públicas e financiar investimentos estratégicos. Contudo, para a população e os empresários, a alta arrecadação é um reflexo direto do peso tributário no cotidiano. Apesar dos ganhos para os cofres públicos, a complexidade do sistema tributário e a carga elevada continuam sendo desafios para a competitividade do Brasil no cenário internacional.
Especialistas apontam que o aumento da arrecadação é positivo, mas também reforça a necessidade urgente de uma reforma tributária que simplifique os tributos e distribua de forma mais equilibrada o ônus fiscal entre setores econômicos e classes sociais. Enquanto isso, a arrecadação recorde de outubro deixa claro que, se bem gerida, a receita pode ser uma ferramenta poderosa para financiar políticas públicas e reduzir desigualdades.
Com o fim de 2024 se aproximando, os olhos estão voltados para como o governo aplicará esses recursos, e quais medidas serão tomadas para tornar o sistema tributário mais justo e eficiente. A arrecadação pode ser alta, mas a confiança da sociedade depende de resultados concretos na saúde, educação e infraestrutura.
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